Um dia sem reclamar 

Que tal se um dia, um único dia, fizéssemos o propósito de não reclamar de coisa alguma? Será que conseguiríamos? 

Desde que acordamos, somos tentados a reclamar. Afinal, o despertador toca exatamente no momento do nosso melhor sono e mais aconchegante sonho. 

O trânsito lento vai provocar nossa chegada com atraso ao compromisso agendado. 

O ônibus lotado, com pessoas apressadas entrando e saindo, quase nos enlouquece. 

O tempo voa quando nossa agenda de atividades está lotada, não nos permitindo atender todas as tarefas. 

Por outro lado, os ponteiros do relógio parecem parados, quando aguardamos que chegue o horário da festa, o momento do retorno de um amigo querido das suas férias. 

A reclamação se tornou um hábito tão comum que nem percebemos o quanto reclamamos. 

Como seria nosso dia se decidíssemos nos abster de críticas, de lamentos, de murmurações, de reclamações? 

No lugar da queixa, um suspiro de aceitação. No lugar da reclamação, um pensamento de gratidão. 

A gratidão é uma das maiores forças que podemos cultivar. Não é apenas dizer obrigado, mas reconhecer que, apesar dos desafios, sempre há algo de bom acontecendo. Sempre há uma luz acesa, mesmo em meio à noite mais escura. 

Diante de tantas influências ao nosso redor, que tal nos inspirarmos naquele que nunca reclamou, mesmo pregado à cruz? 

Ante a traição de Judas, a negação de Pedro, a incompreensão dos discípulos, a dor física da flagelação e da crucificação, Jesus manteve silêncio, resignação no atendimento integral da Sua missão. 

Ele expressou Sua dor, ao ponto de suar sangue, na antevisão de Seu flagício e morte, no Horto das Oliveiras. Mas não reclamou dos amigos que O deixaram a sós, embora houvesse pedido que orassem com Ele. 

Esse exemplo nos convida a escolher o caminho da gratidão, da aceitação e da fé, até nos momentos mais difíceis. 

Proponhamo-nos a reclamar menos, a agradecer mais. A gratidão é o solo fértil onde floresce a esperança. 

Ela nos lembra que o corpo que sentimos cansado é o mesmo que nos permite trabalhar. Que a fila que nos atrasa é a chance de exercitar a paciência. Que a dificuldade do dia é o empurrão da vida rumo ao crescimento. 

Quando optamos por agradecer, passamos a perceber os pequenos milagres: o sol que aquece a manhã, a chuva que irriga o solo, o alimento que nutre o corpo, o olhar amigo que consola, a música que acalma, a oração que conforta. 

E até os problemas – sim, até eles – podem ser vistos como mestres de nossas horas. 

Experimentemos, hoje, fazer esse exercício: um dia sem reclamar. 

Se surgir um pensamento de crítica, respiremos e busquemos algo pelo qual agradecer. 

Se surgir a vontade de nos queixarmos, silenciemos. E digamos: Sou grato por estar aqui, por viver, aprender e crescer. 

A gratidão é a memória do coração. Lembremos de agradecer, mesmo quando tudo parecer difícil, mesmo quando a vida não for exatamente como queremos. 

Com toda certeza, ela sempre será como precisamos. 

 Redação do Momento Espírita 

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