Padre Judinei Vanzeto
Jacques Maritain (1882-1973) nasceu em Paris e é um filósofo de orientação católica tomista. Suas mais de sessenta obras são consideradas uma renovação do pensamento de São Tomás de Aquino (1225-1274) no século XX. Influenciou positivamente a democracia cristã latino-americana.
Jacques cresceu num ambiente familiar republicano e antiliberal. Seus estudos secundários foram feitos no Liceu Henri IV e estudos filosóficos na Sorbonne (1905). De 1906 a 1908, dedicou-se aos estudos de biologia. Nesse tempo, conheceu Charles Peguy (1873-1914) e também uma judia chamada Raissa Oumansoff com quem contraiu casamento.
Jacques Maritain e Raissa não encontraram no mundo cientificista da Sorbonne respostas para as suas inquietudes existenciais. Com essas inquietudes chegaram a pensar em atentar contra suas próprias vidas. Mas, o amigo Peguy os aconselhou a ingressarem nos cursos ministrados por Henri Bérgson (1859-1941), onde apreenderam com ele o “sentido do absoluto”, que Maritain incorporou, posteriormente, na sua peculiar metafísica.
Conheceu também Leon Bloy (1846-1917), que levou o casal para a Igreja Católica. Eles se converteram ao catolicismo e foram batizados. Mais tarde, Raissa adoece e seu conselheiro espiritual, o monge dominicano Humbert Clérissac, a entusiasma a ler as obras de Santo Tomás, que também incentiva o seu marido Jaques Maritain.
Com os estudos das obras tomistas, Maritain se afasta de Bérgson pela incompatibilidade de pensamento. O estudo de Santo Tomás conduziu Maritain para as obras de Aristóteles (384 -322 a.C.). Em 1912, começou a lecionar no Colégio Stanislas, do Institute Catholic de Paris (Instituto Católico de Paris). Em 1917, foi convidado por bispos franceses a colaborar com seus escritos para universidades e seminários.
A partir de 1933, se tornou professor do Instituto Pontifício de Estudos Medievais da universidade de Toronto. Também lecionou nesse mesmo período nas Universidades de Columbia, Princeton e Chicago.
Maritain participou na fundação da Revista Universal, mas rejeitou as teorias modernistas e a democracia-liberal. Defende a ação francesa ao entrar em contato com Emmanuel Mounier (1905-1950) e o seu personalismo. Aprofunda seus conhecimentos no pensamento político e social em prol de um humanismo integral.
Torna-se um crítico ao partido Democrata Cristão e prefere a criação do movimento democrata-cristão. Em síntese, o pensamento de Jacques Maritain tem sua origem na escola positivista da Sorbonne, mas após encontro com a filosofia de Bergson, houve uma nova esperança ao seu viver.
Sua esposa Raissa e Charles Peguy colaboraram na sua conversão ao cristianismo. Com isso se aproxima das obras de Santo Tomás de Aquino e, posteriormente, de Aristóteles. Ele viveu o auge de sua reflexão filosófica entre guerras. Período esse carregado pela diversidade de questionamentos da realidade humana e da procura existencial.
Após a morte de Raissa, ocorrido no dia quatro de novembro de 1960, Maritain retira-se para Toulouse, com a Fraternidade dos Irmãozinhos de Foucaud, onde faz seu noviciado aos 88 anos. Morreu no dia 28 de abril de 1973 aos 90 anos. Morreu como desejou, isto é, em um ambiente de oração, de silêncio e de contemplação.
Jornalista, diretor administrativo da Rádio Vicente Pallotti, gestor da Unilasalle/Fapas Polo Coronel Vivida e pároco da Paróquia São Roque de Coronel Vivida-PR