“Minha proposta é fazer uma reflexão sobre a aurora do século 21”, explica o encenador ao Estadão. “Estamos diante da ‘colonialidade’, sistema fundado pela modernidade. Logo, apresentamos a modernidade como uma sucessão de eventos trágicos. O despontar de uma era trágica.”
A emissora aceitou a proposta e, desde setembro, Carvalho iniciou sua habitual forma de trabalho para a criação de uma minissérie de 16 capítulos com 30 minutos cada e ainda sem título definido – por ora, é utilizado o subtítulo O Sono do Homem Branco. “Sono como ideia de entorpecimento, opressão, cegueira, passividade e morte”, explica. “Aqui, nesta América que sonha um novo Portugal, neste Eldorado de indígenas dizimados e africanos escravizados, eis o feitiço maior: ‘O Sono do Homem Branco’.”
Carvalho ensaia com o elenco em um galpão na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo. Trata-se, como de hábito, de um trabalho de aprofundamento de conhecimento, ou seja, não se trata apenas de repetir as cenas, mas de estudar e entender o momento histórico. Para isso, o diretor promoveu palestras elucidativas, como com a historiadora Ynaê Lopes dos Santos. “Pensar o século 19 é refazer o caminho antes dele, na divisão do mundo entre opressores e oprimidos.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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