A noite em que foi vaiado em uma casa de shows dos Estados Unidos por ser negro se tornou um marco para Dr. King. Ao falar sobre ela, sua voz cai alguns tons. Assim que se recompôs no palco, lembra que olhou para seus músicos e começou a tocar Sweet Sexteen em lágrimas. Um de seus blues mais famosos é um lamento cortante, como em quase todos os blues, por uma mulher que se vai, deixando o amante em pedaços. Mas, naquela noite, uma das estrofes ganhou outro sentido.
King conta que, depois de ser vaiado, os versos a seguir foram cantados para os garotos que desdenharam de sua cor, de seu povo e de sua história: “Você pode me tratar mal, baby / Mas eu vou continuar te amando do mesmo jeito / Você pode me tratar mal / Mas eu vou continuar te amando do mesmo jeito / Mas, dia desses, baby / você vai dar um monte de dinheiro para ouvir alguém chamar meu nome”. As entradas para ver B.B. King, pagas por negros e brancos, poderiam passar dos R$ 1 mil em seus últimos shows.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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