O Senado também aprovou a promoção de Richardson, até agora tenente-general, para general quatro estrelas, o que a tornará a segunda mulher a ocupar a patente na História das Forças Armadas dos Estados Unidos.
Baseado em Doral, perto de Miami, Richardson terá sob suas ordens mais de 1.200 militares e civis do Exército, Força Aérea, Marinha, Fuzileiros Navais, Guarda Costeira e outras agências federais.
O Comando Sul era liderado desde 2018 pelo almirante Craig Faller e nos últimos anos aumentou a sua presença militar nas costas da América Latina, para combater o tráfico de droga.
“[A] Região do Comando Sul é de importância estratégica para os interesses vitais dos Estados Unidos”, disse Richardson durante a audiência de sua nomeação para o cargo em 3 de agosto. “Estamos todos muito familiarizados com a devastação causada por esta pandemia mortal e tenho empatia por aqueles que sentiram seus impactos horríveis.”
Richardson também afirmou que “mais do que uma crise humanitária, essa devastação está mudando o cenário geopolítico. Os regimes autoritários e as organizações criminosas transnacionais habilitadas pela China e encorajadas pela Rússia estão tentando consolidar o poder na região, e as sociedades livres estão sendo diretamente desafiadas.”
Richardson, de 57 anos, comandava até então o Exército do Norte dos Estados Unidos, com base em San Antonio, no estado do Texas.
Nomeação inédita
A nomeação de Laura Richardson para o cargo foi anunciada em 8 de março pelo presidente americano, Joe Biden, durante uma cerimônia na Casa Branca no Dia Internacional da Mulher.
Após a confirmação do Senado, a tenente-general é a segunda mulher a liderar um comando de combate na história dos Estados Unidos, após a general, agora aposentada, Lori Robinson, que liderou o Comando Norte entre 2016 e 2018.
Joe Biden tinha divulgado também em 8 de março a indicação da general Jacqueline Van Ovost para liderar o Comando de Transporte, escolha que ainda não foi confirmada na Câmara Alta.
Segundo o jornal The New York Times, o Pentágono tinha aprovado já anteriormente as nomeações de Richardson e Van Ovost, mas decidiu esperar até depois das eleições presidenciais de novembro, conquistadas por Biden, por temer que o então presidente, Donald Trump, vetasse as nomeações, por serem mulheres.
A tenente-general está no serviço militar há mais de três décadas, após ter ingressado em 1986. Com o sonho de ser piloto de helicóptero, Richardson começou a treinar com 15 anos, quando ainda não era permitido a mulheres operarem aeronaves de combate.
Como soldado, pilotou helicópteros Sikorsky UH-60 Black Hawk e serviu em duas missões de combate, no Iraque e no Afeganistão. Foi ainda assessora militar do ex-presidente norte-americano Al Gore (1993-2001) e transportou a pasta nuclear.
Richardson é casada há mais de 30 anos com outro tenente-general, de três estrelas, James Richardson, que conheceu na escola de aviação e com quem tem uma filha. (Com agências internacionais)
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