Usinas da Copel geram R$ 162 milhões em compensação financeira

A operação das usinas hidrelétricas da Copel garantiu uma arrecadação recorde de R$ 162 milhões em 2024, referente à compensação pelo uso de recursos hídricos para geração de energia elétrica. Este valor foi impulsionado principalmente pelas três grandes usinas localizadas no Rio Iguaçu: Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias, que juntas responderam por 85% do total arrecadado.

Do total arrecadado, R$ 94 milhões foram destinados a 38 municípios do Paraná que possuem áreas alagadas por reservatórios de usinas da Copel ou em que a companhia atua. Outros R$ 36 milhões foram recolhidos para o governo estadual e R$ 32 milhões para a União, conforme determina a legislação vigente.

O diretor-geral da Copel Geração e Transmissão, Fernando Mano, destacou o impacto positivo da compensação na economia local:

“Além de gerar energia renovável e assegurar a operação do Sistema Interligado Nacional, as hidrelétricas trazem benefícios diretos à população, reforçando os orçamentos municipais e promovendo o desenvolvimento regional.”

Nos últimos cinco anos, os repasses da Copel somaram R$ 543 milhões, com crescimento expressivo ao longo do período. Em 2024, o valor triplicou em relação a 2020, graças a um cenário hidrológico favorável na região Sul, especialmente na bacia do Rio Iguaçu.

Fernando Mano explicou que a compensação financeira está diretamente atrelada à produção de energia:

“Com um ano mais chuvoso no Sul, nossas usinas geraram mais energia, inclusive para compensar a redução de produção em outras regiões do país afetadas pela estiagem. Isso resultou em um aumento significativo na arrecadação para os municípios.”

Nova Prata do Iguaçu: Município Mais Beneficiado

Entre os beneficiados, Nova Prata do Iguaçu, no sudoeste do Paraná, recebeu R$ 6,7 milhões em 2024 graças à operação da usina de Salto Caxias. Com uma população de 12,6 mil habitantes, a cidade investiu os recursos em infraestrutura, educação e saúde, conforme relatou a prefeita Elizete Cavazin:

“A compensação garante sustentabilidade financeira, complementando nosso orçamento e permitindo investimentos que melhoram a qualidade de vida da população.”

O impacto econômico da usina também refletiu nos indicadores sociais do município. Em 1995, antes da operação de Salto Caxias, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Nova Prata era 0,339. Após a inauguração da usina em 1999, o índice subiu para 0,591 em 2000 e atingiu 0,716 em 2010, consolidando-se entre os municípios de alto IDHM no estado.

Atualmente, o município apresenta um Índice de Desenvolvimento dos Municípios (IPDM) de 0,74, segundo dados de 2022 do Ipardes.

O Que é a Compensação Financeira pelo Uso de Recursos Hídricos (CFURH)?

A CFURH é um pagamento mensal realizado por concessionárias de usinas hidrelétricas, equivalente a 7% do valor da energia gerada, com base na Tarifa Atualizada de Referência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Leia também

Como os recursos são distribuídos?

Os valores arrecadados são divididos em:

  • 65% para os municípios que tiveram áreas alagadas;
  • 25% para os estados;
  • 10% para a União.

Além disso, 0,75% da arrecadação total é destinada ao Ministério do Meio Ambiente, que utiliza os recursos para a Política Nacional de Recursos Hídricos e para o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

A Aneel calcula o rateio entre os municípios proporcionalmente à área inundada por cada reservatório. Alguns municípios também recebem uma parcela adicional quando há outras usinas operando rio abaixo, como forma de compensação pela regularização das vazões.

Segundo o artigo 8º da Lei nº 7.990/1989, os recursos da CFURH não podem ser usados para pagar dívidas ou custear pessoal, garantindo que sejam aplicados em melhorias diretas à comunidade.


Receba as nossas notícias pelo Whatsapp

você pode gostar também

Comentários estão fechados.