A expectativa é que a distribuição aconteça no início de dezembro. Cerca de 2 milhões de doses da fabricante estão em análise do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) para serem enviadas aos Estados e Municípios.
De acordo com a recomendação do ministério, a dose de reforço aos adultos que tomaram Janssen deve ser feita com o uso do mesmo imunizante, entre dois e seis meses depois da aplicação. A exceção é para mulheres grávidas ou no período pós-parto que tomaram a Janssen anteriormente. Nesses casos, o ministério orientou que seja aplicada a dose de reforço da Pfizer.
Nos Estados Unidos, onde a dose extra para a vacina da Janssen também foi liberada, os vacinados acima de 18 anos com Janssen podem tomar uma dose de reforço da Pfizer, Moderna ou da própria fabricante, desde que seja pelo menos dois meses depois de ter tomado a dose única. Na nota técnica do Ministério da Saúde, os técnicos citam estudos norte-americanos que também embasaram a decisão do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês).
Apesar de recomendar a dose extra com o mesmo imunizante, o Ministério da Saúde já havia orientado, em agosto deste ano, que idosos acima de 70 anos e imunossuprimidos que tivessem tomado qualquer vacina – incluindo a da Janssen – reforçassem a imunização com doses da Pfizer. Os municípios estão aplicando a regra.
São Paulo começa aplicação nesta terça-feira
Na cidade de São Paulo, a aplicação da dose de reforço para quem foi imunizado com a Janssen começa nesta terça-feira, 29. A prefeitura decidiu utilizar a Pfizer até a chegada da Janssen. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a utilização de outra fabricante está amparada em um documento técnico do governo de São Paulo.
A decisão da Prefeitura de São Paulo foi anunciada nesta segunda-feira, 28, depois de uma reunião da equipe técnica da Secretaria Municipal de Saúde para discutir ações de prevenção à variante Ômicron do coronavírus. A prefeitura também retirou a obrigatoriedade de comprovante de residência para ser vacinado.
No Rio de Janeiro, a prefeitura informou que somente idosos que tomaram a vacina da Janssen ou pessoas que foram imunizadas com a fabricante há mais de 5 meses estão autorizados a tomar a dose extra da Pfizer. Relatos nas redes sociais mostram, no entanto, que pessoas que se enquadram nestes casos tiveram dificuldades de receber o imunizante.
Em Recife (PE), a secretaria municipal de saúde chegou a abrir no dia 19 deste mês o agendamento online para a aplicação da dose extra para aqueles que tomaram a dose única da Janssen. “Eu cheguei a realizar o cadastro, mas no dia seguinte foi bloqueado porque as doses disponíveis eram da Pfizer, não da Janssen. Eles alegaram erro”, afirmou o juiz do trabalho Leonardo Burgos, de 41 anos.
Ao Estadão, a prefeitura de Recife informou que vai seguir a recomendação do Ministério da Saúde do dia 25 de aplicar a dose do mesmo fabricante para aqueles que tomaram Janssen. “(A prefeitura) segue aguardando o envio de uma nova remessa da vacina da Janssen pelo Ministério da Saúde (MS) para liberar o agendamento da aplicação da segunda dose desse imunizante”, disse.
O restante dos Estados e Municípios aguardam o envio das remessas de Janssen para começar a aplicação da dose de reforço.
Vacinados aguardam prefeituras
Em algumas cidades, pessoas que foram imunizadas com a Janssen aguardam a posição oficial da gestão municipal para se vacinar. Moradora de Salvador (BA), a esteticista Valéria Vigné, 45 anos, tomou o imunizante no dia 28 de junho e aguarda a chegada da nova remessa pelo Ministério da Saúde para se imunizar. “Soube que a prefeitura está esperando o envio para começar a aplicar”, afirmou.
A professora Bianca Wainberg, 25, moradora de Natal (RN), também foi vacinada com dose única da Janssen. Ela reclama que, desde o anúncio da necessidade de dose extra do imunizante, não viu nenhuma informação da Prefeitura de Natal sobre a aplicação. “Até então eu estou bem apreensiva pois quero minha segunda dose o quanto antes”, disse.
Bianca foi imunizada em agosto deste ano e sentiu efeitos colaterais como febre, dor de cabeça e dor no corpo. Ela disse temer que os efeitos na segunda dose sejam piores, mas reconheceu a importância de se imunizar. “Temo sentir novamente, mas prefiro a dor dos efeitos colaterais da vacina do que pegar covid e correr riscos piores”, concluiu.
Até esta segunda-feira, 29, as prefeituras de Salvador e Natal não haviam anunciado estratégia de vacinação para aqueles que tomaram dose única da Janssen.
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