Vacinados e com covid-19: onda de ômicron deve atingir pico entre 3 a 5 semanas

A professora Juliana Pozza voltou da praia com sintomas leves de covid.

A onda da variante ômicron deve alcançar o pico de contágio entre 3 a 5 semanas após o início do aumento exponencial nos casos relatados, conforme dados de uma pesquisa realizada por Ramon Andrade de Mello, médico e professor da Unifesp, da Uninove e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal). No entanto, os impactos da transmissão da variante devem ser menores. “A vacinação também contribuiu, e muito, para salvar vidas e proteger a população”, destaca.

O pesquisador explica que o número de mortes por ômicron deve ser menor do que na primeira fase de covid-19. “Estamos chegando a um novo estágio da doença. Apesar da aceleração das internações, devemos registrar um número de óbitos semelhantes a uma temporada de gripe”, avalia.

“A transmissão do vírus tem sido muito rápida e as estimativas apontam que mais da metade da população mundial estará contaminada até o final de março”, explica. Segundo ele, as estimativas dos cientistas apontam que 80 a 90% dos casos são assintomáticos.

O médico cita ainda um artigo publicado no dia 19 de janeiro pela The Lancet, prestigiada publicação científica, que aponta o fim da pandemia após a onda da ômicron, mas ainda com a presença da covid no dia a dia de toda a população mundial.

Casos positivos

A explosão de casos de infecção pela variante Ômicron segue no mundo todo, e não é diferente em nossa região. No dia de ontem, em Pato Branco, havia quase 1.700 casos ativos da doença.

A funcionária pública Mariana Martins é uma das infectadas, e acredita que tenha pegado covid-19 no trabalho, pois não costuma sair, evitando especialmente bares e restaurantes. “Fui fazer o teste porque acordei com muita dor de cabeça e com tosse, além de estar febril. Ainda estou em isolamento, saio só na segunda. Está sendo ruim porque a gente fica entediado e a nossa cabeça brinca com a gente, em todos os aspectos”, diz.

Mariana nunca tinha pegado covid, mas acredita que os sintomas com as doses da vacina são bem mais brandos. Essa percepção vem pelas conversas que teve com pessoas que tiveram covid e ainda não tinham recebido doses das vacinas.

Assim como milhares de pessoas, a professora Juliana Pozza foi festejar a virada do ano em uma praia de Santa Catarina com cerca de 10 amigos, sendo que ela e mais um deles testaram positivo pra covid. “Quando voltei pra casa, já fiquei em isolamento. No primeiro dia só senti cansaço, mas depois tive coriza e fiquei febril. Esperei quatro dias para fazer o teste e positivei”, conta. “O isolamento foi bem tranquilo. Perdi o olfato e o paladar por uns quatro dias, mas depois eles foram voltando. Acho que os sintomas foram poucos porque tomei duas doses da vacina, a terceira eu tomaria nos dias que estava com covid, agora preciso esperar um mês”, diz.

A engenheira de produção Heloísa Guedes também passou pela covid recentemente, e pela segunda vez durante a pandemia. “Não faço a menor ideia de onde peguei porque não estava saindo e passei a virada de ano com família de amiga”, comenta. Entre os sintomas, ela teve dor de garganta que não melhorava com remédio, coriza e nariz entupido, por isso resolveu fazer o teste. “Agora preciso esperar para tomar a terceira dose da vacina”.

Assintomáticos

Com o avanço da vacinação, muitas pessoas que contraem a covid seguem assintomáticas, por isso a importância da testagem em massa. Esse é o caso de Eduardo Sartor. Seu pai testou positivo para a covid depois de sentir sintomas leves. Como eles tiveram contato, ele também fez o teste, mesmo sem sintomas. “A parte chata é que preciso ficar isolado mesmo sem sintomas, mas é importante para conter a doença”, avalia.

Falta de informação

Com a família inteira positivada pra covid, uma advogada que prefere não se identificar acredita que o excesso de informação tem confundido as pessoas. “Somos dois adultos, duas crianças e um adolescente. Eu e meu marido já tomamos as duas doses, tivemos só dor de garganta. Já a criança de um ano teve 48 horas de febre que remédio nenhum dava jeito”, contou.

A maior frustração da mulher é que todos pegaram de uma pessoa que ficou com as crianças para os adultos poderem trabalhar. “Não queríamos expor as crianças, então deixamos com alguém que não nos contou que tinha tido contato com um positivado porque, como já tinha tomado as três doses da vacina, acreditou que estava completamente imune ao vírus”, lamenta.

É preciso lembrar que a vacina não impede a infecção, apesar de prevenir contra sintomas graves, que levam à internação e ao óbito. “Mesmo depois de dois anos de pandemia, as pessoas ainda não sabem como as coisas funcionam. Ninguém sabe qual informação é correta e qual não é”, lamenta.

* Com informações da assessoria

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