“Ter saúde sexual é experimentar uma vida sexual informada, agradável e segura, baseada na autoestima. A saúde valoriza a vida, as relações pessoais e a expressão da identidade de cada pessoa, estimula o prazer e respeita a autonomia”.
É assim que o enfermeiro Clóvis Luciano Giacomet, que é professor universitário e doutorando direto da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – USP/RP-SP define o que é ter saúde sexual. E apesar de ser tratado como um tabu e, portanto, pouco externalizado, a aparência íntima está ligada a inseguranças que atrapalham o prazer, autoconhecimento e até mesmo a liberdade e intimidade com o(a) parceiro(a).
Antes de tudo, é preciso deixar claro que não existe um padrão de vulva ou pênis perfeito: cada um tem uma aparência diferente e isso é absolutamente normal. Mas também é comum que mulheres e homens se sintam insatisfeitos com a aparência ou elasticidade de suas regiões íntimas. Entre as queixas, as mais comuns são flacidez, rugosidade, aparência escura do local e até mesmo falta de elasticidade e, no caso das mulheres, lubrificação, pois as fibras de colágeno se enfraquecem com o passar do passar dos anos.
Para resolver esse problema, que está ligado a saúde emocional, Giacomet explica que a estética íntima tem por objetivo tratar esteticamente a aparência da região dos genitais, tanto para mulheres quanto para homens. “São diversas tecnologias e recursos inovadores para solucionar as alterações indesejadas”, comenta.
Esses procedimentos existem porque, ao longo do tempo, a região sofre mudanças decorrentes de fatores constitucionais, desordens hormonais, gestação e parto, variações como perda de peso corporal devido ao próprio processo de envelhecimento.
Para mulheres e homens
No caso das mulheres, a estética íntima é apropriada para qualquer idade. “Indico para as mulheres a partir do momento que quando se sentirem incomodadas com flacidez ou perda de volume dos grandes lábios, assimetrias e hipertrofias dos pequenos lábios, frouxidão do canal vaginal, ressecamento vaginal, escurecimento, cicatrizes, desconforto de dores durante as relações sexuais”, fala.
Agora, quando se fala em estética íntima masculina, Giacomet diz que os procedimentos também podem ser realizados em qualquer idade. “Assim como nos casos das mulheres, os homens também sofrem perdas com o passar dos anos. As mais comuns são flacidez, volume e escurecimento”, esclarece.
Protocolos confortáveis
Sentir dor é um receio de quem pensa em fazer um tratamento estético íntimo, já que são realizados em regiões bastante sensíveis. Contudo, o especialista lembra que todos os protocolos clínicos são elaborados para oferecer o mínimo de desconforto possível. “Como todo procedimento, um pequeno desconforto é normal sentir. Costumo dizer aos meus clientes que é o desconforto da beleza, pois precisamos entender que a região genital envelhece, assim como a face”, diz.
Também , Giacomet esclarece que os protocolos têm contraindicação mínima, como gestação, lactação, doenças autoimunes ativas e tratamentos com anti-inflamatórios.
Receio ou vergonha
Apesar de tudo que é relacionado a intimidade ainda ser pouco conversado por receio ou vergonha, o especialista acredita que a sociedade vem passando por mudanças que culminam em uma grande transformação na percepção que o indivíduo tem sobre seu próprio corpo. “Não precisamos ter receio ou vergonha das partes do nosso corpo. A região íntima envelhece, ela a parte do conjunto”, diz. “É necessário quebrar paradigmas, melhorar a autoestima e a qualidade de vida física, mental e sexual. O cliente ganha e o parceiro ganha também. Inclusive, é possível planejar protocolos para o casal”, recomenda.
Vale a pena ressaltar que procedimentos estéticos vão muito além de deixar as partes íntimas mais bonitas. Eles são capazes de transformar a autoestima das pessoas e devolver a qualidade de vida e saúde sexual perdida pela insegurança no decorrer do tempo.