Campeão em 2009 e chegando sem grandes sustos ao acesso em 2014 e 2016, o Vasco vê que precisará mudar muito de postura se não quiser sofrer na que promete ser a mais dura edição da Série B, com três grandes e cinco campeões da elite.
Faltou futebol ao time de Marcelo Cabo. E atenção na marcação, pois os dois gols do Operário saíram de falhas da defesa vascaína. Zeca perdeu a bola no primeiro gol e Vanderlei saiu jogando errado no lance que originou o segundo. Os visitantes ainda perderam diversas chances de até buscar uma vantagem mais ampla.
Sem Marquinhos Gabriel, machucado, Gabriel Pec mais uma vez entrou com a missão de armar o Vasco. Na defesa, Leandro Castan era o importante desfalque. O jovem Figueiredo ganhou a posição de Léo Jabá, na frente. A ideia de Marcelo Cabo era ter velocidade no ataque.
Nem teve muita chance para avaliar seu esquema. Logo no começo, o Vasco foi surpreendido. Leandrinho, revelação do Botafogo, aproveitou roubada de bola de Felipe Garcia em cima de Zeca e bateu cruzado, sem chances para Vanderlei. O lateral vascaíno deu bobeira no lance.
Não fosse o goleiro vascaíno e a desvantagem poderia ser ainda maior com menos de 10 minutos. Jean Carlo roubou a bola de Ernando e bateu para excelente defesa. Apenas um time atuava em São Januário. O Operário chegava no ataque com frequência e os cariocas não se encontravam. Foram seis finalizações com perigo em menos de 25 minutos.
Nada dava certo ao Vasco. O goleiro Vanderlei chamava a atenção do time e até os reservas pareciam preocupados com o que viam em campo. Pediam calma e orientavam. Diante de sol quente e forte calor, a parada técnica serviu para Marcelo Cabo tentar arrumar a casa.
Finalmente o Vasco colocou Simão para trabalhar. O goleiro defendeu chutes de Figueiredo e Pec, em lances raros de ataque dos cariocas. Foi um primeiro tempo para se esquecer a quem entra como favorito ao acesso. Para piorar, Ricardo Bueno ampliou em bela cavadinha após saída errada de Vanderlei e recuperada de bola dos paranaenses.
Cabo teria enorme trabalho nos vestiários. Voltou logo com mudança tripla. Optou pela maior experiência de Léo Jabá e pelas estreias de Sarrafiore e Daniel Amorim. O treinador queria resgatar o Vasco no jogo e fazer Cano aparecer na partida. A equipe até se postou mais no setor ofensivo. Cano teve boa chance, mas parou na marcação. Ao passar do tempo, a organização tática deu lugar ao desespero e os inoperantes chuveirinhos viraram a única arma.
O Operário se segurava bem atrás e ainda levava perigo quando ousava arriscar. Totalmente confortável em campo, sem sofrer riscos, ainda carimbou a trave com Rodrigo Pimpão e festejou muito os importantes três pontos somados.
O Vasco volta a campo na próxima terça-feira, desta vez pela terceira fase da Copa do Brasil, em duelo carioca. Visita o Boavista, em Bacaxá. O Operário joga no mesmo dia, mas novamente pela Série B. Hospeda o Guarani, no Couto Pereira, casa do Coritiba. Seu estádio passa por reforma do gramado.
FICHA TÉCNICA
VASCO 0 x 2 OPERÁRIO-PR
VASCO – Vanderlei; Léo Matos, Ricardo Graça, Ernando e Zeca (Riquelme); Andrey, Galarza (Sarrafiore) e Gabriel Pec (Vinícius); Morato (Léo Jabá), Figueiredo (Daniel Amorim) e Cano. Técnico: Marcelo Cabo.
OPERÁRIO-PR – Simão; Alex Silva (Lucas Mendes), Reniê, Rodolfo Filemon e Djalma Silva (Fabiano); Rafael Chorão (Marcelo), Leandrinho (Leandro Vilela), Tomas Bastos e Felipe Garcia; Jean Carlo (Rodrigo Pimpão) e Ricardo Bueno. Técnico: Matheus Costa.
GOLS – Leandrinho, aos 8, e Ricardo Bueno, aos 42 minutos do primeiro tempo.
CARTÃO AMARELO – Leandrinho (Operário-PR).
ÁRBITRO – Thiago Luís Scarascati (SP).
LOCAL – São Januário, no Rio.
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