No Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril, a questão da segurança no uso de álcool líquido volta à tona, destacando a importância de medidas preventivas contra queimaduras. Um relato impactante de Pedro Ernesto Martinez, que sofreu graves queimaduras durante um churrasco em 2014, ilustra os riscos associados ao uso inadequado do produto. Martinez relembra o acidente causado pelo álcool usado para acender o carvão, que resultou em queimaduras de terceiro grau em várias partes de seu corpo.
Esse tipo de acidente é um alerta sobre os perigos do álcool líquido, cuja venda foi proibida em supermercados e farmácias em 2002, com percentual igual ou superior a 54 GL, devido ao alto risco de queimaduras.
Contudo, essa medida foi temporariamente suspensa em 2020, durante a pandemia de covid-19, devido à necessidade de higienização para combater o vírus. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que a comercialização de álcool líquido voltará a ser restrita a partir de 29 de abril de 2024, limitando-se a formas físicas alternativas, como gel, lenço impregnado e aerossol.
O Ministério da Saúde aponta que cerca de 150 mil internações por ano são decorrentes de queimaduras, com um risco considerável associado ao uso de álcool para acender churrasqueiras e fogueiras. A Anvisa destaca a periculosidade do álcool líquido devido à sua facilidade de espalhamento e combustão, aumentando a extensão e o dano à pele em caso de acidentes.
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) critica a restrição à venda de álcool líquido, argumentando que os consumidores se acostumaram com sua disponibilidade em supermercados e que a medida impacta negativamente o acesso a um produto eficaz na higienização e proteção contra doenças. A entidade ressalta a importância de campanhas de orientação e esclarecimento para um uso seguro do produto.
A história de Pedro Ernesto e os debates em torno da comercialização de álcool líquido evidenciam a complexidade do tema, envolvendo segurança, saúde pública e acesso a produtos de higienização. Enquanto a Anvisa busca restringir a venda para prevenir acidentes, a Abras defende a importância de manter o álcool líquido acessível ao público, ressaltando a responsabilidade do setor em promover o uso seguro e informado do produto.
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