A solenidade protocolar que teve a participação das duas delegações aconteceu na Ponte Internacional Simón Bolívar, principal passagem fronteiriça entre os dois países, que já foi liberada para a passagem dos primeiros caminhões de carga nos dois sentidos. As conexões aéreas entre os países também foram retomadas.
O presidente Gustavo Petro descreveu o fechamento como um “suicídio que não deve se repetir” e disse que a reabertura vai favorecer o progresso da região. “Que isso que acontecerá hoje seja para a prosperidade do povo de Norte de Santander (Estado colombiano) e da Colômbia”, disse Petro, pouco antes do início da solenidade.
Petro também destacou que o ato favorece a garantia de direitos humanos na região, afetada pelas dissidências das Farc, pelo Exército da Libertação Nacional (ELN) e por narcotraficantes. “Isso deve resultar em um salto qualitativo em matéria de direitos humanos em toda a fronteira. Deve resultar em um aumento da qualidade de vida”, garantiu o chefe de Estado.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que não esteve presente na cerimônia de reabertura, afirmou no Twitter que o ato marca o “início de uma nova etapa” nas relações bilaterais, depois da chegada ao poder de Gustavo Petro, em agosto.
“A reabertura da fronteira entre Colômbia e Venezuela é, sem dúvida, um acontecimento histórico que marca o início de uma nova etapa nas relações de irmandade, respeito e paz. Somos povos unidos pelo laço inquebrantável do bolivarianismo”, escreveu o presidente venezuelano.
Consequências do fechamento
A reabertura é vista como um primeiro passo para tentar recuperar o intercâmbio comercial entre os dois países, que chegou a US$ 7,2 bilhões em 2008, mas caiu para US$ 400 milhões em 2021. A Câmara de Integração Colombo-Venezuelana (Cavecol) estima que a retomada do trânsito pode ajudar a levar o comércio para U$ 1,2 bilhão em 2022.
Segundo Gustavo Petro, a reabertura também tem o objetivo de expandir o mercado comum na América do Sul, já que também vai abrir a possibilidade de “caminhões chegarem à Guiana, onde hoje existe o crescimento econômico mais importante da América do Sul, devido à descoberta de campos de petróleo”.
A agenda bilateral entre Colômbia e Venezuela é ampla. Petro e Maduro informaram em 13 de setembro que a Venezuela será um “fiador” nas próximas negociações entre o governo colombiano e os guerrilheiros do ELN, um processo que busca emular a assinatura de paz em 2016 com as Farc.
O fechamento da fronteira entre os dois países foi ordenado para a passagem de veículos por Maduro em 2015 em meio a tensões políticas com o governo do então presidente colombiano Juan Manuel Santos. Quatro anos depois, em 2019, Maduro rompeu relações diplomáticas com a Colômbia depois que o líder opositor venezuelano Juan Guaidó, apoiado pelo então presidente colombiano, Iván Duque, tentou entrar na Venezuela à frente de uma caravana de ajuda humanitária que partiu da cidade colombiana de Cúcuta. (Com agências internacionais).
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