“Existe uma complexidade por trás de tudo isso, pois são cores de baixa identificação. A cor luz, como o verde do semáforo, é uma coisa. A cor pigmento, como deve ser a da chuteira, é outra. Toda cor pode ser clara, e quanto mais clara, mais difícil perceber qual a base dela”, explica Nelson Bavaresco, artista plástico e designer gráfico, diretor da Gerart Design e Recursos Visuais.
Especialista em cores, ele lembra que muitas vezes a percepção das pessoas pode ser influenciada por outros fatores. “Por exemplo, se no estádio acendem os refletores, pode mudar um pouco. As transmissões também podem provocar essas alterações. O cinema e a TV têm o recurso de saturar mais as cores. Dependendo da situação, às vezes as cores são alteradas, para dar mais ênfase de significado. Isso ocorre bastante no cinema”, diz.
O especialista reforça que por causa dos detalhes no logotipo da Nike e no solado em amarelo fazem com que a impressão seja de verde. “Acho que as cores estão um tanto misturadas, sem uma definição concreta se é esverdeada ou azulada. Aparentemente parece que tendem para verde, pelo reforço da área em amarelo”, observa Bavaresco, do CECOR.
No decorrer da partida entre Bahia e Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro, que terminou empatada, alguns torcedores começaram a reclamar que Jô estavam usando uma chuteira verde, algo “condenável” no clube porque é a principal cor do arquirrival Palmeiras. A história tomou grandes proporções e o clube decidiu punir o atacante.
“A diretoria de futebol do Sport Club Corinthians Paulista comunica que conversou com o atacante Jô sobre a utilização das chuteiras na partida diante do Bahia, neste domingo (20). O atleta foi advertido, multado e não utilizará mais, seja em treinamentos ou em jogos”, afirmou o clube em nota.
O jogador aceitou a punição e evitou entrar em atrito por causa disso. “Gostaria de deixar expresso nessa nota que eu jamais usaria uma chuteira verde, pela minha história dentro do Corinthians, que é o clube que amo e conheço desde pequeno. Não desrespeitaria a torcida e muito menos a tradição do time”, disse.
Procurada, a Nike avisou que não iria se manifestar. Mas o próprio Jô fez questão de frisar que a chuteira utilizada não era verde. “A chuteira era azul turquesa, mas isso gerou uma polêmica desnecessária. Por isso quero pedir desculpas a todos. Jamais iria desrespeitar o Corinthians e muito menos a torcida! Sempre honrei essa camisa e sempre vou honrar”, continuou o atleta.
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