Na sessão ordinária de segunda-feira (8), da Câmara Municipal de Pato Branco, os vereadores que compõem a Comissão Processante (CP), que investiga o Caso Cantu, se pronunciaram sobre a decisão de dar continuidade às investigações, anunciada ainda na sexta-feira (5).
O presidente da Comissão Processante, vereador Dirceu Boaretto (Podemos), lembrou que a CP decidiu pelo prosseguimento da apuração da suposta infração político-administrativa cometida pelo prefeito de Pato Branco, Robson Cantu (PSD), após análise da defesa apresentada ao Legislativo, protocolada no dia 3. De acordo com ele, todo os membros deram opinião e exararam parecer favorável ao prosseguimento.
Apesar de a defesa ter pedido pelo arquivamento do caso, a Comissão decidiu dar prosseguimento nas investigações. Ainda na sexta-feira (5), quando anunciou a decisão, Boaretto ressaltou que o objetivo é “obedecer o devido processo legal, apurar todos os fatos de forma imparcial e transparente”.
Com o parecer favorável ao prosseguimento, o processo passou à fase de instrução. Nessa semana, segundo o presidente, serão definidas as próximas diligências e agendadas as oitivas.
Confiança
Durante a sessão, na segunda-feira (8), a vereadora e relatora da CP, Thania Maria Caminski Gehlen (DEM), discursou sobre o assunto.
“Preciso pontuar algumas considerações. Primeiramente, agradeço ao povo pato-branquense pela confiança no meu trabalho. Fui eleita pela população para atender os anseios da sociedade, legislando pelo bem comum e pelo desenvolvimento de nossa cidade, além de cumprir com minha função de fiscalizar as atividades do Executivo Municipal. Tenho norteado minha conduta pautada na ética, legalidade e no espírito democrático, que entendo que devem reger o mandato de um vereador. A cidade de Pato Branco sabe que pode confiar em mim, pois exerço meu mandato com imparcialidade, sempre atuando em defesa do justo e do que entendo ser correto”, frisou.
Thania salientou também que jamais agirá sob influência ou pressões de quem quer que seja. “Minhas atitudes e minhas escolhas são pautadas conforme a legalidade, conforme combinados dentro da Comissão Processante, a qual é autoridade dentro desta Casa de Leis. Assim, também não permitirei pressão com minha assessora por estar fazendo o trabalho que eu a instruo a fazer, que é agir dentro da legalidade, da honestidade e da justiça. Aproveito o momento para agradecer a competência do Departamento Jurídico da Casa, pois sua competência nos inspira e acalma, para que possamos fazer o melhor trabalho dentro do que nos é apresentado”, enfatizou.
Teor das denúncias
Como relatora da Comissão Parlamentar, Thania destacou que analisou o teor das denúncias e da defesa apresentada pelo Executivo, e que sua decisão foi que é preciso mais informações para que se possa tomar uma decisão sobre o caso. “Afirmo, não condenamos ninguém, não acusamos ninguém, com o relatório apresentado na sexta-feira. Demos prosseguimento na investigação, que tem 90 dias para seu término”, frisou a relatora da CP, destacando que “para entrevistas oficiais, a imprensa deve se dirigir ao presidente, vereador Dirceu Boaretto. Optamos por centralizar as falas oficiais da Comissão para que facilite o trabalho de todos”, ressaltou.
Questão emblemática
Já o vereador Rafael Celestrin (PSD), membro da CP, falou rapidamente sobre o assunto. Ele enfatizou que é necessário averiguar o caso, usando a imparcialidade. “A Comissão vai continuar investigando essa questão emblemática para esclarecer tudo o mais rápido possível”, disse.
“A glória é vã se fundada no ego pessoal”, afirmou Januário
O vereador Januário Koslinski (PSDB), parlamentar que foi supostamente coagido pelo chefe do Executivo Municipal a voltar atrás de uma decisão, frisou em plenário, na segunda-feira (8), que de acordo com a lenda “Cesar, ao retornar vitorioso de suas batalhas, sendo aclamado pelo povo de Roma, mantinha sempre uma pessoa que lhe acompanhava dizendo-lhe ao pé do ouvido ‘Memento Mori’, que significa ‘se lembre que você também vai morrer’. Expressão que buscava levar o líder político a recordar o quão efêmera é a vida. Lembrar de suas origens humildes, das reais necessidades da população, lembrar que a glória é vã se fundada no ego pessoal, e que apenas a humildade e a simplicidade podem fazer com que o poder não corrompa aqueles que o detém”.
Com esta passagem histórica em mente, Januário agradeceu aos amigos que depositaram a confiança nele para representá-los. “Tenho consciência da responsabilidade que cabe a mim, na condução de uma política melhor. Toda sociedade, perdida e quase já sem esperanças, clama por vozes que levantem com coragem a bandeira do civismo e da moralidade, reacendendo a chama da boa política nos olhos dos cidadãos. A política, se bem feita, produz resultados satisfatórios na vida de todos e é esta política que quero praticar”.
Moralização da política
Januário enfatizou que os desafios estão sendo inúmeros, mas que trabalha por uma cidade melhor, em um mandato honesto e coerente. “Entretanto, estou encorajado, pois sei que atrás de mim há uma parede que não me deixará recuar, uma parede de milhares de vozes que, como eu, estão dispostas a doar seu sangue, suor em prol do próximo e da moralização da política. O mandato é da população, soberano, ao qual singelamente empresto minha voz ao povo. Para este povo peço, acima de tudo, coragem para lutarmos em prol de nossos ideais. Fico feliz ao perceber que fiz as pessoas acreditarem novamente na política e no bem. Esta sensação é maior que qualquer conquista pessoal! Coloquei esperança no coração das pessoas. Devemos ser responsáveis e não decepcioná-las. Este é o fardo daquele que busca trabalhar pelo bem, sabendo que a recompensa é a confiança das pessoas. Agradeço a todos pelo apoio cujo resultado é o início da jornada pela salvação política do país. Vamos ao trabalho, o Brasil precisa de nós. Jamais esmorecer, jamais desistir das pessoas e jamais se deixar corromper”, concluiu.
Fotos: Assessoria/CMPB
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