“A tarefa das autoridades de supervisão é complicada pelo fato de que ainda não existe uma metodologia amplamente aceita para avaliar os riscos relacionados ao clima e verificar se as instituições financeiras levam esses riscos em consideração na hora de emprestar”, disse Visco, durante conferência internacional sobre o clima, promovida pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS).
Em relação à política monetária, ele afirmou que as mudanças climáticas e a transição para uma economia de zero emissões de carbono afetam os “canais de transmissão”, determinando as tendências de crescimento de variáveis-chave. A saída, em sua visão, é a integração de variáveis do clima e de sustentabilidade nos modelos macrofinanceiros.
De acordo com Visco, o papel das alterações climáticas na política monetária atualmente é considerado no âmbito da revisão da estratégia do BCE. “Devemos ser prudentes na utilização ativa de nossos instrumentos de política monetária para esse fim, considerando cuidadosamente os custos e benefícios de nossas ações no que se refere à eficácia do mecanismo de transmissão e os efeitos sobre a atividade econômica e as emissões de carbono”, acrescentou.
Para ele, o papel dos BCS é “multifacetado” no que tange as mudanças climáticas. “Os bancos centrais podem liderar o mercado pelo exemplo, divulgando a sua exposição ao clima e as metodologias utilizadas para integrar os riscos climáticos nas práticas de investimento e gestão de risco das suas carteiras”, sugeriu, mencionando ações do Banco Central da Itália, do qual é presidente.
Visco encerrou o último dia da conferência virtual do BIS, que reuniu especialistas para debater as mudanças climáticas e eventuais ações de combate por parte do setor financeiro ao redor do globo.
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