Desde quarta-feira, 12 de junho, até neste domingo, 16, estou em Visita Pastoral à nossa Concatedral, em Franciso Beltrão. Nesta visita tenho contato com os Pe. Emerson Detoni e Pe. Thiago Berra, com as lideranças, visitas às comunidades rurais e urbanas, colégios, APAE, hospitais, visita ao Escritório Social (DEPEN), visitação à carceragem e à delegacia, e, sobretudo, podendo presidir as Eucaristias em diversos ambientes, e no domingo, concluindo nossa visita com a Celebração da Confirmação – as crismas.
As Visitas Pastorais segundo o Código de Direito Canônico: “O Bispo é obrigado a visitar a cada ano a Diocese, total ou parcialmente, de modo que visite a diocese toda ao menos a cada cinco anos, por si, ou estando legitimamente impedido, pelo Bispo Coadjutor, pelo Auxiliar, pelo Vigário Geral ou Episcopal, ou por outro Presbítero” (Cân. 396 § 1). O Bispo Bartolomeu dos Mártires define a visita pastoral “como a alma do governo episcopal, e descreve-a significativamente como expressão da presença espiritual do Bispo entre os seus fiéis” (São João Paulo II, Exortação Apostólica Pós-Sinodal ‘Pastores Gregis’, n. 46).
A Visita Pastoral é uma das formas comprovadas e aprovadas pela experiência dos séculos, com o qual o Bispo mantém contatos pessoais com o Clero e com os outros membros do povo de Deus. É ocasião para fazer reviver as energias dos operários do Evangelho, louvá-los, encorajá-los e consolá-los; é também ocasião para chamar novamente todos os fiéis à renovação da própria vida cristã, uma ação apostólica mais intensa. A visita, além disso, permite-lhe avaliar a eficiência das estruturas e dos instrumentos destinados ao serviço pastoral, a tomar conhecimento das circunstâncias e dificuldades do trabalho de evangelização, para depois poder determinar melhor as prioridades e os meios da pastoral orgânica.
Radiografia da ação evangelizadora
Vale ressaltar ainda que a Visita Pastoral é ocasião especial para o Bispo conhecer a realidade da Diocese, para melhor servi-la, animar a missão evangelizadora, apoiar e orientar as atividades desenvolvidas no âmbito da administração e da pastoral. Não se trata de algo burocrático ou de simples fiscalização, mas de um momento especial de vivência da comunhão eclesial e de animação da missão pastoral e evangelizadora. “Entrando em contato mais de direto com as angústias e preocupações, as alegrias e as expectativas do povo, podendo dirigir a todos um convite à esperança” (Pastores Gregis, n. 46).
Nossa proposta é realizar a Visita Pastoral na Diocese de Palmas-Francisco Beltrão com um caráter missionário. Vivemos um tempo de renovado impulso missionário na Igreja, especialmente, com a publicação da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, Alegria do Evangelho, do Papa Francisco, sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual, propondo-nos uma “Igreja, uma Diocese em saída missionária”. Dito de outro modo. Fazê-la com um caráter sinodal, “caminhar juntos”. É um processo de escuta, de comunicação e partilha.
O Cardeal Carlo Maria Martini destacava alguns elementos ainda sobre a Visita Pastoral. Nela, o essencial consiste no contato do Bispo com os fiéis de maneira mais ampla possível. A Visita Pastoral é o lugar primário para conhecer-se reciprocamente. Ao concluí-la, diz Martini que o Bispo deverá encontrar os presbíteros, os conselhos pastorais paroquiais e todo o povo cristão, oferecendo-lhes uma visão de síntese com relação ao que verificou. Na opinião sua, a Visita Pastoral seja uma das primeiras ocupações do bispo: coloca as paróquias em estado de alerta e lhe solicita uma autocrítica realista. Ocorrerá que a Paróquia se apresente assim como é, com suas riquezas e suas fraquezas. A este tipo de ação pastoral, o Bispo deverá dedicar uma grande atenção e bastante tempo.
Finalmente, o importante, nunca é demais repetir, é fazer da Visita Pastoral um encontro da comunidade com o seu Pastor, num clima de fé, oração, alegria e cumplicidade na missão que nos foi confiada por Jesus Cristo, o Pastor por excelência.
Dom Edgar Xavier Ertl – Diocese de Palmas-Francisco Beltrão
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