Atualmente o Município somente conta com o sistema de fossas sépticas, mas almeja a coberta de 50% com a primeira parte de rede e Estação de Tratamento de Esgoto
Foi em julho de 2020, que importantes regras sobre o novo marco regulatório de saneamento, foram sancionadas. Mas só em março de deste ano, que o Congresso aprovou os 12 vetos do presidente Jair Bolsonaro à lei 14.026.
É justamente em meio a nova política de saneamento básico no Brasil, que Vitorino está prestes a começar deixar para trás a realidade de fossas sépticas, para ter inicialmente cerca de 50% do perímetro urbano atendido pela rede coletora, além da implantação de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE).
Os planos de implementação da rede coletora e estação de tratamento não são novos. Segundo o ex-secretário de Agricultura e Meio Ambiente e atual prefeito de Vitorino, Marciano Vottri fazem parte da renovação de concessão feita com a Sanepar ainda em 2012.
Vottri esteve esta semana reunido com o diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile, e demais membros da companhia para ver dos encaminhamentos do que define ser uma das maiores obras do Município, ao recordar que ainda em 2016, a Sanepar viabilizou financiamento junto ao Ministério das Cidades, e que Vitorino está incluso no pacote de obras.
Com um aporte final de recursos estimado acima de R$ 16 milhões, desde que o município passou a fazer parte do pacote de investimentos da Sanepar foram realizados uma série de projetos, avaliação de relevo e ainda a desapropriação da área da ETE, que será construída as margens do rio Vitorino, nas imediações da Vila Rural União, quase na divisa com Pato Branco, na localidade de Independência.
Vottri explica que o modelo de ETE que vai ser implantado é moderno, e com baixo impacto social, por ser fechado. E somente na obra que deve ser licitada de acordo com a Sanepar, no fim de junho, o investimento gira entorno de R$ 8 milhões.
“É um avanço bastante grande para o Município, principalmente pelo quadro sanitário. Sabemos que os indicadores de saúde pública estão bastante relacionados, com o tratamento do esgoto sanitário, que é sinônimo de progresso, desenvolvimento e principalmente saúde pública primária”, pontua Vottri, destacando ainda questões ambientais que passam a ocorrer com a destinação de forma correta do esgoto.
Manancial
Com cerca de 1.800 ligações de água na cidade, a presunção é de que para cada ponto de água, também tenha uma destinação sanitária, contudo, a realidade de Vitorino não é diferente de outros municípios e ligações clandestinas que destinam os resíduos diretamente para a o rio, de forma irregular, é uma realidade.
O prefeito recorda que ainda em 2020, foi realizado um trabalho de limpeza do rio Vitorino no perímetro urbano, onde se evidenciou esta problemática. “É um caso delicado, que precisamos trabalhar e vem de encontro a esta obra da estação de tratamento” diz ele lembrando de outro fator primordial, o rio Vitorino é manancial da bacia de abastecimento de Itapejara D’Oeste.
Se já não bastasse a proximidade de um considerável número de fossas sépticas as margens do rio, ainda existem ligações diretas ao leito dele.
Futuro
Vottri pontua que o desejo do Município e saltar do zero no início de 2021, para uma cobertura de rede sanitária de 80% do perímetro urbano em 2024.
Para tanto, ele pede principalmente na primeira parte da obra que se acredita para este ano, a sensibilidade da população para entender toda a intervenção que irá ocorrer, pensando em melhoria para o município.
Ele também comenta que as obras da rede coletora iniciarão da ETE, sentido perímetro urbano, sempre respeitando o leito do rio Vitorino, seguindo a vegetação permanente.
Questionado com relação a realidade do bairro Araucária Park, na divisa com Santa Catarina, o prefeito disse que no momento não há um projeto para contemplar a localidade com saneamento básico. Também relatou que o fato de São Lourenço do Oeste, não possuir ainda sistema de coleta e tratamento de esgoto, impede também um plano de ação junto a companhia catarinense.
Ele lembra que os moradores do bairro, mais distante da sede do município, são abastecidos por água da Sanepar, por meio de poços artesianos, no momento, pontuando assim a dificuldade de estabelecimento de uma rede entre um ponto e outro.