No próximo domingo, dia 11, dia de Nossa Senhora de Lourdes e Dia Mundial do Enfermo, meditaremos em torno do Evangelho de Mc 1, 40-45: “Um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: Se queres, tens o poder de curar-me. Jesus, movido de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: Eu quero: fica curado. No mesmo instante a lepra desapareceu e ele ficou curado”.
Quase sempre, os que se dirigiam a Jesus eram pessoas necessitadas de cura material, física, afetiva, espiritual. Nele viam alguém que jamais excluía uma pessoa do seu convívio. Alguém que sempre fazia o bem, o grande consolador, movido pela compaixão, tão necessária na Galileia, não muito diferente de hoje, terra de alguns ricos e de muitos pobres, cuja miséria se revelava através de tantos cegos, surdos, paralíticos, doidos, famintos de pão e de atenção. Nunca Jesus os decepcionava, atendendo a todos, e deixava claro tanto que sua missão era junto a justos e pecadores quanto que essa missão lhe fora confiada pelo Pai. Afirmava que tinha vindo para que todos descobrissem como e quem era seu Pai e, desse modo, pudessem viver a felicidade de filhos.
Eram muitos os leprosos na Galileia e na Samaria, e a doença se propagava mais entre os desnutridos e famintos e seu sofrimento se acentuava por viverem abandonados e, por lei, isolados da comunidade para não contaminarem aos outros. Espantavam as pessoas por seu aspecto de mutilados, pelo mau cheiro que exalavam suas feridas.
Naquele dia, Jesus tinha diante de si um leproso. Sua atitude rompeu com a antiga Lei, que mandava excluí-lo da comunidade e proibia que fosse tocado, a fim de se evitar a contaminação. O pobre leproso se dirigiu a Jesus, contrariando a lei da separação, porque confiava que Ele era o único que não o rejeitaria. Foi acolhido por Jesus que, antes de curá-lo da lepra, estendeu-lhe a mão, tocou-o carinhosamente, como que assumindo para si a impureza da lepra. Jesus agiu movido pela compaixão. E ele ficou curado.
Em nosso tempo, graças a Deus e à ciência, a lepra deixou de ser uma ameaça, mas temos outros tipos de leprosos, diante dos quais assumimos atitudes talvez mais cruéis que as da antiga Lei. Procuramos nos refugiar em nossa segurança, em nossa pureza, evitando a contaminação com essa gente impura. São os pobres, os alcoólatras, os drogados, as prostitutas, os meninos de rua, os idosos abandonados, os portadores de deficiências físicas ou mentais e tantos outros leprosos criados pela nossa sociedade. Os leprosos das violências de hoje têm duas atitudes: se percebem que somos capazes de compaixão, aproximam-se de nós; e, se não se aproximam, é porque sabem que, em nós, encontrarão a distância, o medo, o desprezo.
Não há maior prova de imitação das atitudes do divino Mestre do que olhar compassivamente os sofredores, espalhados pela estrada de nossa vida, e dedicar-lhes carinho e atenção. E, sempre, ter a alegria de neles ver os preferidos de Jesus.
Nossa Senhora de Lourdes, intercessora dos doentes, ajuda-nos a crescer na solidariedade e na caridade para com todos os enfermos!
Pe. Lino Baggio, SAC
Paróquia São Roque – Coronel Vivida
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