Durante esses tempos difíceis que estamos vivendo, os problemas de sono aumentaram muito. Dificuldade para dormir, sono descontinuado, piora no ronco e apneia obstrutiva – em especial devido ao ganho de peso que muitos tiveram –, despertar precoce, cansaço ao acordar, dificuldade de concentração, dor de cabeça, irritabilidade e falta de libido são algumas das principais queixas apontadas.
Estes distúrbios acometem mais homens, mas estima-se que uma em cada cinco mulheres tem apneia obstrutiva do sono (AOS).
A apneia do sono é um distúrbio que causa a parada momentânea da respiração ou uma respiração muito superficial durante o sono, resultando em roncos e num descanso pouco relaxante, que não permite recuperar as energias.
A AOS acontece devido à obstrução das vias respiratórias em função da desregulação dos músculos da faringe. É preciso lembrar que a oxigenação adequada das células é de extrema importância para a saúde dos órgãos e tecidos do nosso corpo, bem como para o sono reparador.
Existem hábitos de vida que aumentam o risco de desenvolver uma apneia obstrutiva do sono, como o excesso de peso, consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo e uso de remédios para dormir.
É importante que médicos e dentistas investiguem a qualidade do sono de seu paciente. O exame solicitado para este estudo é a polissonografia, que consiste em uma noite de sono monitorada do paciente, para detectar a gravidade do seu distúrbio de sono. O cirurgião dentista pode avaliar, entre outras coisas, o tamanho da língua do paciente em relação ao espaço intraoral disponível.
Após uma anamnese detalhada, além de exames, é possível chegar a algumas opções de tratamento. Dentre elas, temos o aparelho anti ronco. Este aparelho intraoral promove um avanço mandibular programado e traz consigo a língua, mantendo-a anteriorizada durante o sono. Dessa maneira, a principal obstrução das vias aéreas é corrigida.
Para confeccionar este aparelho intraoral, o cirurgião dentista realiza moldes das arcadas dentárias e registros de mordida, o qual é produzido em laboratório de prótese dental. Após ajustes em consultório, o paciente usa o aparelho todas as noites. Em poucos dias, ou quando o paciente já estiver habituado ao uso do aparelho, repete-se a polissonografia para nova avaliação.
O Aparelho Intraoral resolve todos os casos?
Infelizmente a resposta para a pergunta acima é: não. Os critérios de avaliação para escolha da terapia seguem informações clínicas, polissonográficas, perfil individual e preferência do paciente. Quando o aparelho anti ronco é indicado, relatos subjetivos do parceiro e objetivos (mostrados pela oximetria, poligrafia ou polissono) são fundamentais.
Quando os distúrbios de sono se tornam graves e prejudicais, o tratamento com CPAP (máscara de oxigênio que empurra o ar para as vias aéreas) é recomendado, pois facilita a respiração.
Os distúrbios do sono também devem ser tratado por meio da melhora dos hábitos de vida. Muitas vezes a combinação de dois ou mais tratamentos favorece o controle da doença. O cirurgiã-dentista, em conjunto com o médico, deve ter uma abordagem multiprofissional.
