No começo dessa semana, mais especificamente, na segunda-feira, 20, foi comemorado o Dia Mundial da Saúde Bucal e, como já sabemos, ter atitudes preventivas é muito importante para evitar desconfortos futuros, dores de dente e tratamentos longos e complexos.
R:. Um vilão improvável é o estresse, que em muitos casos, pode ser um elemento causador de muitos problemas. Para saber um pouco mais sobre o assunto, conversamos com a equipe de profissionais da OdontoTop que respondeu algumas das principais dúvidas relacionadas ao tema.
1 – Muitas pessoas, em momentos de estresse, roem as unhas. Qual o prejuízo desse hábito para os dentes? Quais são os perigos do estresse e da ansiedade para a saúde bucal?
R:. O Hábito de roer unhas ou objetos é prejudicial à saúde bucal, e podem levar a sério desgastante dentário. Ansiedade, estresse e depressão podem levar a alterações nos hábitos de higiene bucal levando a quadro de gengivite e doença periodontal. O estresse e a ansiedade pode desencadear uma disfunção temporo mandibular.
2 – Pode falar um pouco sobre o Bruxismo, causas, sintomas e tratamento?
R:. Primeiro é importante saber que o Bruxismo é a atividade dos músculos mastigatórios podendo ser involuntária (sono) ou não (vigília). Caracterizado por ranger e apertar/encostar os dentes de maneira repetitiva.
Entre os principais sinais e sintomas observamos: o auto-relato do paciente ou de seu companheiro. “Clinicamente apresenta desgaste anormal dos dentes, fraturas de dentes/restaurações, mobilidade dental e alterações pulpares. Dor muscular, limitação na abertura de boca e cefaleia. Problemas articulares como estalidos e crepitação na ATM”.
Entre as causas podemos mencionar: mal oclusão, ansiedade, estresse, hereditário e medicamentos.
O tratamento é realizado através de uma placa oclusal/miorelaxante que tem como função a proteção dos dentes e as demais estruturas do sistema mastigatório. Mas o problema deve ser tratado de forma multidisciplinar.
3 – Com o aumento do estresse, algumas pessoas aumentam também o consumo de alimentos açucarados, pode comentar as complicações desse hábito para a saúde bucal?
R:. Pacientes que apresentam estresse e ansiedade podem desenvolver hábitos alimentares ruins como o consumo em excesso de açúcar. E quando associado a uma má higienização leva a um maior acúmulo de placa bacteriana e consequentemente a cárie.
4 – A gengivite tem alguma relação com o estresse?
R:. Sim, a gengivite tem relação com o estresse, provocando vermelhidão, sangramento e mau hálito. A gengivite é causada pelo acúmulo de placa bacteriana e, por conta do estresse podem aparecer pela falta de higiene bucal, imunidade baixa e da diminuição de produção de saliva.
5 – Como ocorre o enfraquecimento dos dentes? Por que algumas pessoas sofrem com dentes que trincam ou quebram?
R:. O enfraquecimento dos dentes pode ter várias causas como: cárie, periodontite, bruxismo, desgate com o tempo, maloclusão (mordida errada) e hábitos nocivos como fumar, por exemplo. Os dentes podem sofrer tricas ou fraturarem por serem expostos a forças excessivas que podem ser de de ranger os dentes, ou comer algum alimento muito duro, em casos em que o dente já se encontra enfraquecido por algum motivo existe a maior probabilidade de fratura.
6 – Existe a possibilidade de perda de dentes por estresse?
R:. As consequências que o estresse pode trazer no organismo como um todo podem resultar em problemas futuros na arcada dentaria. Uma das principais condições que levam a este cenário é o bruxismo. Esse apertamento já foi relacionado, através da literatura, com a ansiedade e problemas emocionais. Existem casos em que o estresse acaba refletindo em outros problemas. Essa condição mexe bastante com o sistema emocional e, quando atinge um nível alto, o paciente já deixa de praticar certos cuidados, como a higiene bucal. Desta forma, problemas como a cárie, a gengivite e a periodontite passam a ser comuns. Isso acaba causando (mais uma vez) a perda dentária.
7. As aftas podem surgir por conta do estresse?
R:. Não se sabe ao certo como o estresse pode causar aftas. Uma hipótese, declarada em um artigo publicado na revista Journal of Oral and Maxillofacial Pathology, é que as pessoas tendem a morder as bochechas ou os lábios, quando estão ansiosas ou estressadas, causando uma lesão na boca, que pode resultar no desenvolvimento de aftas. O mesmo artigo menciona outros estudos que sugerem que o estresse pode desencadear aftas, mas não é uma causa direta.
8 – A queda de produção de saliva por conta do estresse, pode desencadear outros problemas dentários?
R:. Como consequência dessa condição, outros sintomas também são desenvolvidos, como dificuldades na mastigação e deglutição, pois, os alimentos podem aderir à mucosa com maior facilidade e gerar problemas na fala, além de candidose oral, placa bacteriana e cáries, porque a função de limpeza bucal e a atividade antimicrobiana da saliva ficam prejudicadas.
Ademais, o paciente também pode apresentar ardência e dor na língua, lábios muito secos e rachados, irritação na garganta e o terrível mau hálito. Todos esses sintomas prejudicam o bem-estar do paciente, além de afetarem também a sua convivência social e autoestima.
9. Como prevenir as complicações já mencionadas? É possível adotar hábitos preventivos? Como?
R:. O ideal sempre é manter visitas periódicas ao dentista para que as causas sejam tratas no início, assim evitando que o quadro evolua até uma perda dentária, é claro que em casos mais graves associados ao estresse, ansiedade e depressão é sempre importante o tratamento conjunto com um psiquiatra e um psicólogo.
Descubra o que é estresse na prática e como identificar
Reação natural do organismo que ocorre quando vivenciamos situações de perigo ou ameaça. Esse mecanismo nos coloca em estado de alerta ou alarme, provocando alterações físicas e emocionais. A reação ao estresse é uma atitude biológica necessária para a adaptação às situações novas.
Tipos de estresse:
Agudo: é mais intenso e curto, sendo causado normalmente por situações traumáticas, mas passageiras, como a depressão na morte de um parente.
Crônico: afeta a maioria das pessoas, sendo constante no dia a dia, mas de uma forma mais suave.
A evolução do estresse se dá em três fases:
Fase de Alerta: ocorre quando o indivíduo entra em contato com o agente estressor.
Os sintomas são: mãos e/ou pés frios; boca seca; dor no estômago; suor; tensão e dor muscular, por exemplo, na região dos ombros; aperto na mandíbula/ranger os dentes ou roer unhas/ponta da caneta; diarréia passageira; insônia; batimentos cardíacos acelerados; respiração ofegante; aumento súbito e passageiro da pressão sanguínea; agitação.
Fase de Resistência: o corpo tenta voltar ao seu equilíbrio. O organismo pode se adaptar ao problema ou eliminá-lo.
Já nesta fase temos como principais sintomas: os problemas com a memória; mal-estar generalizado; formigamento nas extremidades (mãos e/ou pés); sensação de desgaste físico constante; mudança no apetite; aparecimento de problemas de pele; hipertensão arterial; cansaço constante; gastrite prolongada; tontura; sensibilidade emotiva excessiva; obsessão com o agente estressor; irritabilidade excessiva; desejo sexual diminuído.
Fase de Exaustão: nessa fase podem surgem diversos comprometimentos físicos em forma de doença.
Os sintomas da fase de exaustão podem incluir diarréias frequentes; dificuldades sexuais; formigamento nas extremidades; insônia; tiques nervosos; hipertensão arterial confirmada; problemas de pele prolongados; mudança extrema de apetite; batimentos cardíacos acelerados; tontura frequente; úlcera; impossibilidade de trabalhar; pesadelos; apatia; cansaço excessivo; irritabilidade; angústia; hipersensibilidade emotiva; perda do senso de humor.
Prevenção e controle:
Alimentação: durante o processo de estresse, o organismo perde muitas vitaminas e nutrientes, portanto, para repor essa perda é recomendado comer muitas verduras e frutas, pois são ricas em vitaminas do complexo B, vitamina C, magnésio e manganês. Brócolis, chicória, acelga e alface são ricas nesses nutrientes. O cálcio pode ser reposto com leite e seus derivados.
Atividade Física: qualquer atividade física proporciona benefícios ao organismo, melhorando as funções cardiovasculares e respiratórias, queimando calorias, ajudando no condicionamento físico e induzindo a produção de substâncias naturalmente relaxantes e analgésicas, como a endorfina.
Fonte: MS.
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