Outras aquisições estão na mesa, e mais duas devem ser anunciadas no início de outubro, segundo o fundador da Warren, Tito Gusmão. “Nosso objetivo de longo prazo é brigar pelo topo. Vamos lutar para estar entre os três maiores”, diz Gusmão, ex-XP.
A Renascença ajudará a Warren a complementar sua gama de serviços, com mais de 300 clientes institucionais ativos. Com isso, a empresa dará um impulso em nesse segmento, que é aquele focado em clientes como gestoras, por exemplo. Essa fatia já representa 30% da receita da empresa. A aquisição fortalece a atuação em um segmento que representa a maior parte do volume financeiro negociado no País, algo em torno de 70% do total.
As próximas aquisições que estão saindo do forno serão, dessa vez, de duas empresas voltadas para investidores pessoas físicas, que são o foco da atuação da Warren. “Essas aquisições vão nos ajudar no crescimento da base de usuários e de ativos sob gestão. Há um oceano azul para crescimento no varejo”, diz Gusmão. A corretora também analisa a aquisição de startups, que podem ajudar a potencializar a tecnologia da plataforma e a alcançar a meta de dobrar o valor que possui sob custódia, chegando a R$ 12 bilhões até o fim deste ano.
Mercado aquecido
O mercado de plataformas de investimento está em pleno processo de consolidação, movimento que ganhou impulso com o juro em um dígito no Brasil, incentivando mais brasileiros a investir em ativos de maior risco, como ações. Todos estão de olho em um mercado que já fatura mais de R$ 70 bilhões ao ano no Brasil – e com estimativas, consideradas conservadoras, de mais do que dobrar até 2025.
A questão é que, mesmo com o crescimento das plataformas, que conseguiram tirar dos grandes bancos bilhões investidos pelos clientes, Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa ainda concentram 80% dos recursos no País. Mas o domínio já foi maior, tendo chegado a 90%. Há também cerca de R$ 1 trilhão ainda na poupança, recursos que as plataformas querem que entrem no mundo dos investimentos. Por conta dessa grande concentração dos recursos dos brasileiros nos grandes bancos, o presidente da Warren acredita que o movimento de consolidação desse setor vai continuar.
A marca da Renascença, por enquanto, será mantida. A transação envolveu pagamento em dinheiro e também troca de ações. Com isso, os sócios da corretora, os irmãos Ulisses e Fábio Muniz, entram no capital da Warren. O negócio ainda precisa do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
“A Warren ficou conhecida como uma fintech que fornece serviços de ‘robô advisor’ (robôs-consultores). Esse mercado ainda é pequeno no Brasil, mas vem crescendo nos últimos anos. E a Warren tem um destaque nesse serviço. Porém, algumas dessas empresas perceberam que podem crescer entrando em outros segmentos (B2B, por exemplo)”, comenta o professor da Escola de Economia da FGV Henrique Castro.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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