No evento, Yellen ressaltou os principais pontos da agenda econômica do presidente americano, Joe Biden, e disse que o governo está “comprometido” com políticas para além do pacote de US$ 1,9 trilhão aprovado em março, como investimentos em infraestrutura.
A secretária também elogiou a resposta da União Europeia (UE) à crise econômica provocada pelo coronavírus, tanto a nível do bloco como nacional. “E o BCE respondeu rápida e vigorosamente com uma série de ações que contiveram com sucesso os spreads soberanos e ajudaram a preservar as condições financeiras favoráveis”, destacou.
Yellen, contudo, admitiu que as “incertezas permanecem altas”, o que justificaria a manutenção de uma política expansionista. “É importante que os Estados membros considerem seriamente medidas fiscais adicionais para garantir uma recuperação doméstica e global robusta”, argumentou.
Nesse contexto, Yellen comentou que o fundo de recuperação da UE de cerca de 800 bilhões de euros ajudará a evitar que a retomada ocorra de maneira desigual no bloco. Para ela, a União deve trabalhar em reformas que permitam maior flexibilidade aos países na resposta a choques como o da covid-19.
“A continuação do progresso na agenda de longo prazo da União Económica e Monetária, incluindo a União Bancária e a União dos Mercados de Capitais, é boa para a Europa, boa para os Estados Unidos e boa para o mundo”, destacou.
Imposto global
Apesar da defesa por uma política econômica expansionista, Janet Yellen, afirmou que a sustentabilidade fiscal de longo prazo é “criticamente importante” e justifica a implementação de um imposto mínimo global de pelo menos 15%, em linha com o compromisso firmado pelo G-20 no final de semana.
“Esperamos que todos os Estados-membros da União Europeia adiram ao consenso e que a UE avance nesta questão a nível do bloco”, exortou, em discurso durante reunião do Eurogrupo.
Yellen argumentou ainda que a comunidade internacional deve buscar fontes de financiamento que não dependam da tributação de trabalhadores e acabar com a prática de empresas que procuraram jurisdições onde a taxação é mais vantajosa.
“Precisamos garantir que a economia globalizada não continue a enganar nossa classe média para que ela permaneça aberta e livre, incentivando assim o crescimento econômico e a segurança nos negócios”, pontuou.
Yellen também convidou os europeus a trabalharem juntos para conter o que ela considera “práticas econômicas injustas, comportamento maligno e abusos dos direitos humanos” da China, além de “abusos” em Belarus e “comportamento maligno” da Rússia. “Precisamos continuar trabalhando juntos para promover a ordem internacional baseada em regras que tem beneficiado nossas economias e sociedades desde a Segunda Guerra Mundial”, comentou.
“Não há dúvidas sobre o empenho dos Estados Unidos em construir uma relação econômica transatlântica mais forte, ou sobre o nosso apoio a uma economia forte da União Europeia e da zona do euro do euro”, afirmou.
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