Yellen destacou que a maior economia do planeta está a caminho da recuperação, após a crise provocada pelo coronavírus, mas ponderou que a pandemia não representa o único problema enfrentado pelo país. “Muito antes de um único americano ser infectado com covid-19, milhões de pessoas neste país estavam enfrentando uma série de desafios econômicos estruturais de longo prazo que minavam sua capacidade de ganhar boa vida”, ressaltou.
Entre essas questões, a secretária citou disparidades de gêneros e raciais, além das mudanças climáticas. Para ela, o setor privado americano não empreende esforços suficientes para lidar com isso. “O orçamento, que inclui os planos de Empregos e Famílias americanos, vai consertar as fundações fraturadas de nossa economia”, garantiu.
Nesse contexto, Yellen defendeu que uma “política fiscal ambiciosa” é importante para começar a resolver as desigualdades. No entendimento dela, o momento atual é ideal para esse tipo de medida. “O orçamento se pagará por meio de uma reforma há muito esperada do código tributário que o tornará mais justo, sem tocar na vasta maioria dos americanos, aqueles que ganham menos de US$ 400 mil por ano”, pontuou.
Taxação digital
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos destacou também que o governo norte-americano está empreendendo todos os esforços possíveis para chegar a um acordo global sobre a taxação de serviços digitais, mas que deixou aberta a possibilidade de aplicar tarifas retaliatórias caso outros países sigam impondo “inaceitáveis” impostos a grandes empresas de tecnologia americanas.
Durante audiência no Senado dos EUA, Yellen disse ainda que espera progressos nas discussões sobre a implementação de um imposto mínimo global até a cúpula do G-20 marcada para outubro.
A secretária ressaltou que acredita que todos os países da União Europeia concordarão com a proposta norte-americana para o tema, incluindo a Irlanda. Ainda assim, na visão dela, nem todos os governos do mundo precisam estar em linha com a iniciativa para que ela seja bem-sucedida.
Na semana passada, os líderes do G-7 endossaram a ideia de estabelecer uma alíquota mínima de 15% para cada país.
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