A caridade do entendimento

Somos Espíritos imortais.

Fomos criados por Deus simples e ignorantes.

Não somos seres idênticos, que possam ser confundidos ou ignorados pelo Pai.

Cada um de nós carrega uma história única.

Temos marcas e características inconfundíveis aos olhos do Criador.

Ele nos conhece e nos ama.

Compreende-nos e nos oferece, em todos os instantes, novas chances de prosseguir na marcha.

Nosso futuro é a perfeição.

Somos destinados ao conhecimento de todas as coisas.

Destinados a alcançar a felicidade verdadeira, que reside unicamente no coração daqueles que tudo compreendem e estão harmonizados com as leis divinas.

É um objetivo distante, neste momento. Parece-nos uma quimera ou uma fantasia.

Entretanto, sabemos que nenhum de nós deixará de atingi-lo.

Por mais que insistamos em retardar nosso passo e persistir nos mesmos equívocos, nosso destino é algo de que não poderemos fugir para sempre.

Haverá um momento em que, cansados da escuridão, buscaremos a luz.

Fatigados pelo sofrimento, trilharemos pelas sendas do bem e da regeneração.

Abandonaremos, por fim, a postura de crianças mimadas que insistem, apenas por teimosia, em algo que nenhuma vantagem nos traz.

É verdade que, com o passar do tempo e com a somatória das experiências, já adquirimos virtudes, embora reincidamos em alguns erros.

Isso porque ainda estamos a caminho.

Muito há para ser vencido e conquistado.

Muitos são os enganos a serem reparados.

Inúmeras são as lições que, por ora, não foram compreendidas.

Provas hão de vir.

Trabalho árduo ainda deve ser feito.

Afinal, o burilamento do ser não é tarefa imediata e fácil.

Por outro lado, cabe-nos reconhecer que algumas vitórias já obtivemos.

Percebemos, com sincera satisfação, que não somos mais os mesmos seres embrutecidos do ontem.

Isso não nos autoriza, no entanto, a julgarmos de forma inclemente nossos irmãos.

A compreensão é um dever que temos para com todas as criaturas.

Não se trata, no entanto, de agirmos de modo conivente com os erros alheios.

A verdadeira compreensão consiste na sadia convicção de que ajudando aos outros encontraremos auxílio indispensável para nossa própria segurança.

Querer impor nosso ponto de vista, muitas vezes acanhado, não é adequado nem justo.

Cada qual tem suas próprias diretrizes a lhe guiar os passos pela estrada.

As jornadas evolutivas são sempre solitárias e individuais.

O Criador não nos fez cópias uns dos outros.

Cada coração obedece a um sistema particular de impulsos evolutivos.

Identificar a presença de Deus nos caminhos e nas escolhas alheias é um ato de caridade e de respeito.

Ninguém é ignorante porque assim o deseja ser.

Aqueles que respiram penosamente nos ambientes de sombra e desconhecimento anseiam pela chegada da luz, não da reprovação e do desprezo.

Diminuiremos a penúria do mundo quando formos capazes de estender nossos braços àqueles que sofrem as consequências da própria ignorância.

Cada consciência ajusta-se com o Criador em momento que lhe é próprio, sem imposições de quem quer que seja.

Pensemos nisso.

 Redação do Momento Espírita

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