A economista alemã, no entanto, avalia que a recuperação da crise provocada pelo coronavírus representa uma oportunidade para que o bloco europeu “escape” do ambiente de inflação e crescimento econômico baixos que dominou o cenário na última década. “Para que isso aconteça, contínuo apoio fiscal e monetário é necessário a fim de estimular a retomada nascente”, disse.
Schnabel atribuiu o aumento dos preços nos últimos meses a diversas variáveis, entre elas a valorização das commodities e gargalos na cadeia produtiva. Segundo ela, a efetividade da política monetária na resposta a esses movimentos é limitada, uma vez que são considerados choques de oferta, não de demanda.
Pelas estimativas do BCE, a inflação ao consumidor deve subir de 1,9% em junho a 2,6% no último trimestre deste ano, antes de cair a 1,5% em 2022 e 1,4% em 2023. Para Schnabel, há razões para crer que essas previsões são “plausíveis”, sobretudo por conta do fim do efeito da base de comparação fraca. “Incertezas ao redor do cenário da inflação, contudo, seguem excepcionalmente altas no momento”, ponderou.
Entre os riscos, a dirigente citou a disseminação da variante delta do coronavírus, que já ameaça a temporada de turismo do verão europeu. Há ainda a possibilidade de que os desequilíbrios entre oferta e demanda se tornem mais persistentes, levando produtores a passarem o aumento do custo para os preços por um tempo mais longo.
De qualquer forma, a integrante do Conselho do BCE garantiu que a instituição pretende esperar sinais de alta inflacionária sustentada antes de alterar a política monetária. Isso, de acordo com ela, deve fazer com a inflação fique acima da meta de quase 2% por um período mais extenso. “Isso é um requisito necessário e proporcional para estabelecer as condições para fugir da inflação baixa”, concluiu.
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