Ibovespa bate recorde e fecha acima dos 139 mil pontos

O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (15) em alta de 0,65%, aos 139.334,38 pontos, atingindo novo recorde histórico. O avanço foi impulsionado pelo desempenho positivo dos setores financeiro, materiais básicos — com destaque para a Vale — e varejista, além da repercussão de resultados corporativos do primeiro trimestre de 2025, mesmo em um dia de queda do petróleo. O movimento do Ibovespa reflete a confiança dos investidores.

Durante o dia, o principal índice da B3 oscilou entre perdas e ganhos, mas ganhou força no meio da tarde e passou a subir de forma consistente. O volume financeiro negociado somou R$ 24,9 bilhões. Já o Ibovespa futuro com vencimento em junho avançou 0,76%, encerrando aos 141.115 pontos. Este comportamento positivo reforça a importância do Ibovespa para o mercado.

Entre os destaques do pregão, a Vale (VALE3) teve alta de 1%, impulsionada pela valorização do minério de ferro e entrada de fluxo estrangeiro. No setor financeiro, Bradesco (BBDC3 e BBDC4) subiu 0,67% e 0,98%, enquanto Itaú (ITUB4) avançou 1,34%.

As ações da Petrobras tiveram variação mista: PETR3 subiu 0,32%, enquanto PETR4 recuou 0,12%. Já Petrorio (PRIO3) caiu 0,51%, refletindo o recuo de mais de 2% nos preços do petróleo no mercado internacional.

O setor de consumo e varejo também teve forte desempenho, com Lojas Renner (LREN3) em alta de 3,50%, Magazine Luiza (MGLU3) com ganho de 3,74% e Pão de Açúcar (PCAR3) subindo 2,12%. Segundo o economista Fabio Louzada, fundador da Eu Me Banco, a valorização reflete a expectativa de que os juros já tenham atingido o pico, com possibilidade de queda ainda em 2025.

O índice Small Caps subiu 1,26%, beneficiado pelo fechamento da curva de juros e percepção de fim do ciclo de alta da Selic.

Avaliação do mercado

Para o especialista Felipe SantAnna, o dia foi de baixo volume e movimentos divergentes: “Temos um cenário com muita confusão. Alguns ativos sobem com os resultados do 1T25, enquanto outros realizam lucros. Destaque para os setores financeiro, materiais básicos e imobiliário”, disse. Ele também apontou que, mesmo com o petróleo em queda, as ações da Petrobras reagiram positivamente devido à percepção do mercado sobre a gestão da estatal.

Entre os temas políticos, investidores monitoram declarações sobre aumento de programas sociais e a possível nomeação de Guilherme Boulos como ministro, o que gerou cautela no mercado, especialmente em relação à política fiscal.

Rubens Cittadin, operador da Manchester Investimentos, afirmou que os balanços do 1T25 têm sido positivos, mas ainda há preocupação com os efeitos defasados dos juros altos. “A tendência é de busca por 142 mil a 145 mil pontos nos próximos pregões no Ibovespa, com destaque para os papéis do setor financeiro”, observou.

Indicadores econômicos dos EUA

Nos Estados Unidos, os índices acionários fecharam mistos. O Dow Jones avançou 0,65%, aos 42.322,75 pontos; o S&P 500 subiu 0,41%, aos 5.916,93 pontos; e o Nasdaq 100 recuou 0,18%, para 19.112,32 pontos. O alívio veio após EUA e China sinalizarem um acordo para redução temporária de tarifas, além da queda dos juros dos Treasuries, que favoreceu as ações.

Entre os dados divulgados, o índice de preços ao produtor (PPI) de abril caiu 0,5%, contrariando a expectativa de alta de 0,3%. As vendas no varejo subiram 0,1%, conforme esperado. Os pedidos semanais de seguro-desemprego ficaram estáveis em 229 mil, enquanto a produção industrial manteve-se inalterada.

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, reafirmou que a política monetária não deve retornar tão cedo aos juros próximos de zero, sinalizando cautela nos cortes futuros.

Dólar e juros futuros no Brasil

O dólar comercial fechou em alta de 0,83%, cotado a R$ 5,6796, refletindo ruídos fiscais sobre possíveis aumentos nos programas sociais com foco nas eleições de 2026. A moeda norte-americana chegou a subir 0,88%, atingindo R$ 5,6826 na venda.

Em resposta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou rumores de que o Bolsa Família seria elevado de R$ 600 para R$ 700. Em entrevista, reforçou o compromisso do governo com o controle fiscal e afirmou que o presidente Lula está comprometido com a responsabilidade nos gastos públicos.

Mesmo com o dólar em alta, os juros futuros (DIs) fecharam em leve queda, reagindo à fala de Haddad. As taxas recuaram em todos os vencimentos principais:

  • DI jan/2026: 14,795% (de 14,820%)
  • DI jan/2027: 14,150% (de 14,155%)
  • DI jan/2028: 13,710% (de 13,715%)
  • DI jan/2029: 13,690% (de 13,710%)

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