Mundo VUCA e BANI: o que devemos esperar da próxima sigla?

Marco Oliveira

Por muitos anos, o termo “mundo VUCA”, que na tradução significa volátil, incerto, complexo e ambíguo, influenciava a metodologia dos negócios. Com a pandemia, um novo significado para um período incerto foi colocado em destaque, trazendo à tona o mundo BANI, que transmite a fragilidade, ansiedade, não-linearidade e incompreensão do dia a dia das pessoas e, por consequência, das empresas.

Essas siglas influenciam as discussões e metodologias corporativas, mas, no fim do dia, na prática, representam a dinâmica da sociedade e alterações no mundo dos negócios. Estamos falando de um único ecossistema e, neste contexto, precisamos conhecer as pessoas, começando pelo time da empresa. Afinal, como podemos ter a pretensão de conhecer os nossos clientes sem saber sobre os profissionais da própria equipe?

É importante reforçar que fazemos negócios com pessoas e para pessoas.

Falar com o cliente, entender o que está acontecendo com ele, como está tomando decisões, independentemente do mundo em que estamos. Essa análise e diálogos precisam ser constantes. De que adianta você compreender o que significam as siglas, as angústias que o mercado vive, se não souber traduzir e trazer o BANI para a sua comunicação, ações e para o seu modelo de aprendizado?

Por isso, a pergunta que eu faço é: Qual será a próxima sigla que vai desacelerar essa ansiedade que vivemos? Qual a nova “sopa de letrinhas” que vai nos guiar na retomada dos nossos valores?

Vivemos num período de “queimar etapas” porque estamos sempre com pressa. Empresários que estão pensando na próxima reunião, no que será feito amanhã, que não se desconectam do virtual, das trocas de mensagens. Sabemos que a fragilidade ainda está presente, pois, ninguém, estava preparado para uma crise sanitária desta magnitude. Mas, acredito que conseguimos “superar”, de um jeito ou outro, esses dois últimos anos de desafios.

Seja qual for a nova sigla que possa vir, precisamos trazer um consumo, um comportamento menos agressivo, menos ansioso, e as empresas precisam estar conectadas com isso. A tecnologia é uma ferramenta potente para alavancar os negócios, mas essa ansiedade, essa velocidade por mudanças e de querer tudo disponível em tempo real pode ser prejudicial, resultando na não materialização de metas, ações e objetivos.

Metodologias, termos que traduzam o cenário atual, possibilitam entender, de forma simplificada, a estrutura do mercado, assim como o VUCA fez e o BANI ainda faz. Mas, temos que fazer isso de uma forma bem pragmática e questionar o que pode afetar o cliente a curto, médio e longo prazo.

É preciso se readequar e espero que a próxima sigla traga essa redução da ansiedade.

Especialista em gestão estratégica de negócio com foco em Go-To-Market e sócio-fundador da O4B, empresa especializada em consultoria e soluções corporativas

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