Que a cultura da paz seja nosso guia em 2024

São as radiantes primeiras horas de um novo ano, muito aguardado por todos nós, muitas esperanças, muitos sonhos, cada um de nós no seu silêncio fez uma retrospectiva mesmo que rápida do ano que passou e lança novas luzes para o ano que recém se inicia, agradecer as tantas manifestações de bondade e carinho que se fizeram em nossas vidas, agradecer pelas tantas pessoas, que mesmo de modo fugaz estiveram entre nós espalhando ânimo e coragem para seguirmos nossa estrada. Um novo ano sempre causa em nós vibrações intensas, fazemos mil e uma promessas, mesmo que elas sejam no calor da emoção, fazer promessas não é nenhum mal, apenas deveríamos fazer promessas sensatas, que abrangessem o todo, que sejam promessas mais condizentes com a nossa realidade; nosso mundo, particular e coletivo precisa sim de muitas mudanças para o bem.

Não é mais nenhuma novidade para ninguém, embora muitos tentem negar a qualquer custo, o mundo encontra-se envolto em muitas guerras, cada uma delas variando em grau, gênero e número, os últimos anos tem sido permeados por conflitos violentos em praticamente todas as partes do mundo, não por acaso, Papa Francisco tem reiterado em várias ocasiões, que estamos já mergulhados numa terceira guerra mundial em pedaços e o que é a guerra senão a destruição completa de nossas crenças mais humanas e que aprendemos desde crianças, que com o mal nada se constrói, nada se ganha, nada se conquista, pelo contrário, tudo se perde, tudo se esvai, tudo vira um caos. Nos últimos tempos muitos viraram as costas para a paz, falam de paz, mas é a guerra que promovem, é a carnificina que impera, são os inocentes que pagam sempre o preço mais alto e pesado.

Nós como comunidade humana inteira, falamos muito em paz, mas pouco temos feito para alcançarmos uma paz duradoura, seja a nível, local, estadual, nacional ou até mesmo internacional, é uma espiral, a violência que explode no outro lado do mundo, logo chegará aqui de outra maneira, cedo ou tarde ela chegará, são bilhões e até mesmo trilhões de dólares simplesmente jogados fora, alguns completamente alucinados chegam ao cúmulo de dizerem e justificarem, que tais gastos são para livrar a humanidade dos inimigos, quando na verdade criam-se outros mais, incontáveis inimigos. Sim, o fim de todas as guerras deveria estar na pauta de toda a sociedade, não aceitar mais essa infâmia em qualquer parte do mundo é o grande desafio para o ano que acabamos de entrar, isto é, 2024; a mobilização para a paz não virá deste ou daquele líder, mas de toda a sociedade.

Dois mil e vinte e três foi um dos anos mais mortíferos, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, Israelenses e Árabes, nessas primeiras horas do novo ano, ao que tudo indica, estão longe de fazerem as pazes, a maioria esmagadora árabe não quer a guerra, assim como a imensa maioria israelense não quer nenhum tipo de conflito, podemos ver pelos relatos que nos chegam que, é sim uma meia dúzia de novos Herodes que praticam a carnificina de inocentes, esses novos Herodes acreditam serem os donos do mundo, os únicos donos da verdade, os senhores absolutos da vida e da morte; esses senhores do mal sabem que politicamente estão acabados moralmente para todo o sempre, a sociedade de onde eles fazem parte já os condenaram, os comerciantes de armas que alimentam a matança são bandidos, assassinos legalizados pela omissão completa da nossa sociedade.

Outra guerra que precisamos de modo urgente, fazer de tudo para acabar, é aquela perpetrada contra o meio ambiente, os seres humanos nessa guerra não tem tido nenhum tipo de limite, atacam, destroem, dilapidam, sugam tudo o que encontram pela frente, deixam um rastro de violência e morte incalculável, impossível de ser mensurado, qualquer um de nós, onde quer que ande ou vá é testemunha ocular dessa guerra, vive na pele todas as consequências, sejam elas físicas ou econômicas. Essa guerra caso continue, os seres humanos não terão nenhuma chance de ganharem, ao contrário eles irão ganhar um ambiente morto, desolado, somente a natureza sairá vencedora, pois ela consegue viver sem nós, não o contrário; travar guerras pensando unicamente em obter mais poder é um ato suicida, a história já provou isso centenas de vezes e continuará a fazê-lo mais e mais.

Bioeticamente, o ano de 2024 será desafiador como nunca, acabar com a guerra será uma tarefa de magnitude enorme, tirar os Herodes que governam as nações de modo cruel e desapiedado, temos mais de um milhão de motivos para não aceitarmos a guerra em nosso meio, lutar pela paz sempre foi um risco, não será diferente nesse novo ano, mas é preciso fazê-lo, pois estamos imersos num nível absurdo de barbaridades inomináveis, poderes truculentos nunca serão a salvação para nenhum povo. Os novos guetos que estamos vendo se formar aqui e ali, são campos de horror, miséria, dor, fome e morte; não é possível que nós, juntamente com nossos governantes, fiquemos tão absurdamente calados e cegos diante de tanta barbárie. Compactuar com a guerra e todas as suas formas de violência é crime sem perdão, massacrar inocentes idem, destruir o meio ambiente, um mal indescritível; que o novo ano traga para cada um de nós desejos e aspirações de melhoria individual e coletiva, cada novo ano é uma nova oportunidade, talvez até a última.

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