Tempo do Advento: chegada do Príncipe da Paz

Aproxima-se o tempo do Advento. Domingo, 3 de dezembro, o 1º domingo do Advento. É tempo de espera e de chegada. Aproxima-se o Novo Ano Litúrgico. Que alegria! Novos Tempos! Esperança que se renova com a chegada do Natal, nascimento do Salvador.

Escreveu José Tolentino Mendonça, cardeal português e prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, sobre o Advento de forma poética, sua característica própria: “Advento, tempo de espera. Não apenas de um dia, mas daquilo que os dias, todos os dias, de forma silenciosa, transportam: a Vida, o mistério apaixonante da Vida que em Jesus de Nazaré principiou. Advento, tempo de redescobrir a novidade escondida em palavras tão frágeis como ‘nascimento’, ‘criança’, ‘rebento’. Advento, tempo de preparar, mais do que consumir. Tempo de repartir a vida, mais do que distribuir embrulhos. Advento, tempo de procura, de inconformismo, até de imaginação para que o amor, o bem, a beleza possam ser realidades e não apenas desejos para escrever num cartão. Advento, tempo de dar tempo a coisas, talvez, esquecidas: acender uma vela; sorrir a um anjo; dizer o quanto precisamos dos outros, sem vergonha de parecermos piegas. Advento, tempo de se perguntar: há quantos anos, há quantos longos meses desisti de renascer? Advento, tempo de abrir janelas na noite do sofrimento, da solidão, das dificuldades e sentir-se prometido às estrelas, não ao escuro. Advento, tempo para contemplar o infinito na história, o inesperado no rotineiro, o divino no humano, porque o rosto de um Homem nos devolveu o rosto de Deus”.

Clamor pela Paz entre os povos

Os membros do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, reunidos em Brasília, nos dias 21 a 23 de novembro de 2023, diante do conflito na Terra Santa, e em outras partes do mundo, nos unimos ao Papa Francisco nos seus insistentes apelos pela paz e pela dignidade da pessoa humana. O conflito na Terra Santa já causou uma vasta destruição e grande número de mortos, principalmente entre os enfermos, crianças, idosos e mulheres. O isolamento da população está provocando a fome e a sede de cerca de dois milhões de pessoas. As Nações Unidas indicam que dois bilhões de pessoas viviam em zonas de conflito em 2022, o que representava um quarto da população mundial. Essa triste realidade mostra que “nós entramos na terceira guerra mundial, só que ela é travada em pedaços, em capítulos” (Papa Francisco). Lamentavelmente, a humanidade, ao invés de crescer na direção da justiça social e da paz, segue numa trajetória destrutiva de degradação ambiental, grande desigualdade social e guerras.

Não podemos perder a capacidade de dizer “não” à guerra e à violência nas suas variadas formas e de promover a paz no mundo. Cessem as hostilidades e sejam garantidos o cuidado das pessoas feridas, o trabalho em segurança dos profissionais de saúde e o acesso a água e alimentos. “O processo de paz é um empenho que se prolonga no tempo. É um trabalho paciente de busca da verdade e da justiça, que honra a memória das vítimas e abre, passo a passo, para uma esperança comum, mais forte que a vingança” (Papa Francisco, Fratelli Tutti, n. 226). A paz só será alcançada mediante o respeito à liberdade, à dignidade e ao futuro dos povos. Reconhecemos, como sinais de esperança, capazes de trazer um alívio às populações na região de conflito, a trégua e a liberação de reféns e prisioneiros, acordadas recentemente, bem como as ações de solidariedade internacional.

Na proximidade da celebração do Advento, do Príncipe da Paz que vem (cf. Is 9,6), conclamamos todas as pessoas de boa vontade e comunidades a serem artífices da paz, e a “perseverar na oração por aqueles que sofrem por causa das guerras em tantas partes do mundo… Por favor, caminhemos avante pela paz, orem pela paz, orem muito pela paz” disse o Papa Francisco.

Maria de Nazaré, interceda, junto a seu Filho Jesus, para que a paz reine, em sua amada terra, entre os povos que nela habitam e em todo o mundo.

Dom Edgar Xavier Ertl – Diocese de Palmas-Francisco Beltrão

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