
A Bolsa de Valores brasileira, a B3, encerrou o dia 07 de março de 2025 em alta de 1,35%, alcançando 125.034,63 pontos. O Ibovespa, principal índice da bolsa, oscilou entre a máxima de 125.821,53 pontos e a mínima de 122.529,86 pontos, impulsionado pelo otimismo com a valorização das commodities, o desempenho da economia doméstica e sinais positivos do mercado internacional. Na semana, o índice acumulou ganhos de 1,82%, refletindo um cenário favorável para investidores. Das 87 ações da carteira teórica do Ibovespa, apenas nove registraram queda, evidenciando a força do movimento de alta.
Mudança no horário de negociação da B3
A partir de segunda-feira, 10 de março, a Bolsa ajustará seu horário de funcionamento devido ao início do horário de verão nos Estados Unidos (9 de março) e, posteriormente, na Alemanha e Inglaterra (31 de março). O mercado à vista passará a operar das 10h às 17h, encerrando uma hora mais cedo em relação ao atual fechamento às 18h. Essa mudança visa alinhar o mercado brasileiro aos principais centros financeiros globais.
Destaques de alta: Brava Energia e Magazine Luiza
Entre as maiores valorizações do dia, as ações da Brava Energia (BRAV3) subiram 10,82%, enquanto a Magazine Luiza (MGLU3) avançou 10,54%. Outras gigantes do índice também registraram ganhos: Vale (VALE3) teve alta de 1,45%, e Petrobras (PETR3 e PETR4) subiu 1,21% e 1,07%, respectivamente. O giro financeiro do pregão atingiu R$ 20,5 bilhões, demonstrando elevada liquidez no mercado.
Fatores que impulsionaram o Ibovespa
Christian Iarussi, especialista em investimentos e sócio da The Hill Capital, destacou que o desempenho da Bolsa foi influenciado por fatores internos e externos. “No cenário global, a expectativa de cortes nos juros dos Estados Unidos favorece mercados emergentes, tornando os ativos brasileiros mais atrativos”, afirmou. Ele também apontou que dados mais fracos do mercado de trabalho americano, como o payroll de fevereiro, reforçam esse otimismo. Internamente, a alta das commodities beneficiou empresas como Vale e Petrobras, enquanto o alívio na curva de juros apoiou companhias sensíveis às taxas, como varejistas.
Ubirajara Silva, gestor independente de renda variável, complementou: “Os destaques do Ibovespa estão nas empresas ligadas ao mercado interno e às commodities. Além disso, a pesquisa recente indicando queda na popularidade do governo e alta na rejeição impactou o mercado”. Silva acredita que a realização no exterior está próxima do fim, o que pode abrir espaço para uma recuperação mais robusta do índice.
PIB brasileiro e perspectivas econômicas
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o PIB do Brasil cresceu 0,2% no quarto trimestre de 2024, abaixo das expectativas de 0,4%, encerrando o ano com alta de 2,34%. Thiago Duarte, analista da Axi, observou que “os dados refletem a desaceleração da economia brasileira, com a taxa Selic em 13,25% e uma nova alta prevista para 19 de março pressionando o crescimento”. Já Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, destacou o lado positivo: “Apesar de abaixo do esperado, o PIB mantém três anos de crescimento acima de 3%, e projetamos 2,5% para 2025, puxado pelo agronegócio”.
Payroll americano e mercado de câmbio
Nos Estados Unidos, o relatório de emprego (payroll) mostrou a criação de 151 mil vagas em fevereiro, superando as projeções de 170 mil, com a taxa de desemprego subindo para 4,1%. No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,51%, cotado a R$ 5,7886, influenciado por incertezas relacionadas às declarações do presidente Donald Trump e à desaceleração econômica americana. Na semana, porém, a moeda caiu 2,14%.
Cenário global e perspectivas
Em Nova York, os índices Dow Jones (+0,52%), Nasdaq 100 (+0,70%) e S&P 500 (+0,55%) também fecharam em alta, apesar de registrarem a pior semana em meses devido a tensões comerciais.
Com um cenário de otimismo nas commodities, expectativa de cortes de juros nos EUA e ajustes na economia doméstica, o Ibovespa segue como um termômetro da confiança dos investidores no Brasil. Fique atento às próximas movimentações do mercado e às decisões do Federal Reserve, que podem definir os rumos da bolsa nos próximos meses.
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