De acordo com o diretor do Copernicus, Vincent-Henri Peuch, a observação da temperatura estratosférica indica que o buraco pode continuar a crescer ligeiramente nas próximas duas ou três semanas. “Depois de se desenvolver conforme o esperado no início da temporada, nossas previsões mostram que o buraco deste ano evoluiu para um pouco maior do que o normal”, disse.
A camada de ozônio atua como um filtro que protege o planeta Terra da radiação ultravioleta (UV), nociva à saúde dos seres vivos. A cada ano, à medida que o hemisfério sul entra na primavera, os produtos químicos produzidos pela ação humana contribuem para tornar a camada de ozônio mais fina, um processo que acontece normalmente em determinadas épocas do ano e depois desaparece.
Peuch acrescenta que o processo este ano segue a tendência do ano passado, que também não parecia excepcional até o começo de setembro, mas depois se tornou um dos maiores e mais duradouros buracos na camada de ozônio nos registros do programa.
O fenômeno acontece nas regiões polares porque o frio facilita a reação química dos elementos que interagem com o ozônio para formar o buraco. Um dos grandes responsáveis pela destruição da camada foi o uso indiscriminado do clorofluorcarboneto (CFC), antes presente em produtos como desodorantes e inseticidas. No Brasil, o Ministério da Saúde proibiu o uso do componente em aerossóis em 1988.
O Copernicus monitora a espessura da camada de ozônio na atmosfera, bem como a intensidade da radiação ultravioleta após atravessá-la para atingir a superfície da Terra. O programa registra tendências de anos anteriores, fornece um panorama instantâneo da situação atual e prevê as concentrações de ozônio nos próximos dias para apoiar pesquisas, políticas ambientais e fornecer informações ao público.
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