Conhecido por seus malefícios à saúde, o colesterol, na verdade, é parte fundamental para o funcionamento do organismo, tornando-se um problema quando há o excesso de LDL – o “colesterol ruim” – no sangue, em desequilíbrio com o HDL – o “colesterol bom” -, podendo causar diversas doenças cardiovasculares ou mesmo resultando em infarto do miocárdio e AVC.
Ainda que de muita importância, há inúmeras dúvidas ao redor do assunto, sobre o que se pode ou não consumir, o que ajuda a regular ou a desregular, entre tantos outros questionamentos acerca do efeito do colesterol e da alimentação em nosso organismo. Por isso, a nutricionista Fernanda Larralde esclarece alguns pontos e dá dicas de como manter os níveis de colesterol equilibrados por meio da alimentação.
O que é Colesterol?
Fernanda explica que o colesterol é um tipo de gordura adquirida tanto por meio da comida quanto produzida pelo organismo. “Apenas 30% do colesterol presente no nosso organismo vem de alimentos, como carne, leite e derivados. Os demais 70% são sintetizados pelo fígado. Entre as suas funções, ele é responsável pela produção de alguns hormônios e da vitamina D, assim como é parte essencial da membrana que envolve as células do corpo, além de ter outras importantes funções”.
Alimentos que possuem alto teor de colesterol
“Alimentos gordurosos, como frituras, biscoitos ultraprocessados, creme de leite, margarina (que inclusive é rico em gorduras trans), carnes com alto teor de gordura – como bacon, costela, pele do frango – e embutidos – como presunto, mortadela, salame e salsicha – contém alto teor de colesterol LDL, além do óleo de coco, que também é rico em gorduras saturadas. Os queijos amarelos mais curados já fizeram parte dessa lista, mas estudos consistentes apontam que, em razão do processo de cura e maturação, a gordura presente nesses queijos sofre uma modificação molecular, passando a ser uma gordura mais anti-inflamatória”, pontua a nutricionista.
Alimentos que ajudam a regular os níveis de colesterol
Assim como há alimentos que colaboram para o aumento do LDL, também existem aqueles que elevam os níveis de HDL e ajudam a manter o equilíbrio entre eles. Fernanda cita alguns: “são o que chamamos de gorduras boas, como azeite de oliva, oleaginosas – como nozes e castanhas – , o açaí puro, abacate e aveia que, além de rica em fibras, também dificulta a absorção de gorduras no intestino. Dentre as proteínas, o peixe é uma excelente opção por ser rico em ômega 3 e ácidos graxos”.
E ovo, pode ou não pode?
A profissional também esclarece a opinião popular em torno do ovo. “Muitos acreditam que o ovo é o principal alimento causador do colesterol alto. Primeiramente, um alimento só não tem a capacidade de mudar os níveis de colesterol, mas sim sua quantidade ingerida e a frequência com a qual você o consome que podem causar esse desequilíbrio. Em segundo lugar, o ovo é uma excelente fonte de proteína, sendo totalmente aceitável seu consumo diário, de acordo com a individualidade de cada pessoa”.
Fatores que também contribuem para o aumento do colesterol
Uma dieta balanceada e uma rotina de exercícios são a chave para a prevenção de diversas doenças, incluindo o excesso de colesterol no organismo, porém Fernanda ressalta que há outros fatores que contribuem para essa condição. “Como a maior parte do nosso colesterol é produzida no fígado, condições genéticas são uma causa muito comum para esse desequilíbrio, ou seja, pessoas consideradas magras e ativas também podem ter uma taxa de colesterol elevada por conta da sua hereditariedade, ainda que pessoas obesas e/ou sedentárias tenham chances maiores de adquirir essa condição por comportamento. Porém, genética não é destino. A depender do estilo de vida de uma pessoa, sua genética poderá ser mais ou menos expressa”.
Dia Nacional do Combate ao Colesterol
Em 8 de agosto é celebrado o Dia Nacional do Combate ao Colesterol, uma data criada para marcar a importância de estar em dia com a saúde, fazer visitas periódicas ao cardiologista e ter o escopo de uma nutricionista para garantir uma dieta balanceada e de acordo com as necessidades do corpo.