
Embora muito discutida, a relação entre alimentação e endometriose ainda gera controvérsias. A condição, que atinge cerca de 10% das mulheres em idade fértil, ocorre quando o endométrio – tecido que reveste o útero – cresce fora da cavidade uterina, provocando inflamações em órgãos como ovários, trompas e intestino.
Os sintomas mais comuns incluem cólicas menstruais intensas, dor pélvica crônica, desconforto durante relações sexuais, além de alterações intestinais e dificuldades para engravidar.
Apesar disso, dietas restritivas ou “milagrosas” não têm respaldo científico. A nutricionista Ana Beatriz Vallilo, do Hospital Israelita Albert Einstein, alerta que excluir alimentos sem orientação médica pode causar deficiências nutricionais.
Glúten, lactose e cafeína: vilões ou mitos?
Um estudo publicado no Jama Network, conduzido por pesquisadores do Reino Unido e da Irlanda, apontou que a retirada de glúten, laticínios, cafeína e álcool é uma das práticas mais comuns entre mulheres com endometriose, muitas vezes motivada pelas mídias sociais.
No entanto, não há comprovação científica que sustente essas exclusões no tratamento da doença. O glúten, por exemplo, só deve ser eliminado em casos de doença celíaca ou intolerância diagnosticada. O mesmo vale para os laticínios, que são ricos em proteínas e nutrientes importantes.
Uma revisão de estudos italiana, publicada no periódico Food, chegou a apontar efeitos protetores dos laticínios contra a endometriose. Mas os autores reforçam que ainda faltam pesquisas robustas para comprovar esse impacto.
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Dieta equilibrada e estilo de vida saudável
Especialistas ressaltam que o mais indicado é adotar uma alimentação equilibrada, com base em frutas, verduras, grãos integrais, leguminosas, sementes e oleaginosas. Esses alimentos são fontes de antioxidantes e compostos anti-inflamatórios, além de favorecerem a saúde intestinal, aspecto que pode influenciar no controle da endometriose.
Além da dieta, o estilo de vida é peça-chave no manejo da condição. O ginecologista Sérgio Podgaec explica que o tratamento pode envolver medicações hormonais, como anticoncepcionais, ou cirurgia, dependendo do caso.
Manter hábitos como atividade física regular, sono de qualidade e controle do estresse também ajuda a reduzir desconfortos e melhorar a qualidade de vida.
O diagnóstico precoce, feito por meio de ultrassom, ressonância de pelve e avaliação clínica, é fundamental para que o tratamento seja mais eficaz.
Fonte: Agência Einstein
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