Ibovespa fecha estável, dólar sobe

O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (12) praticamente estável, com leve alta de 0,04%, aos 136.563,18 pontos, em um dia marcado por forte otimismo nos mercados internacionais. O principal índice da B3 oscilou ao longo do dia e foi sustentado por ganhos em ações de peso, como Vale e Petrobras, que reagiram positivamente à valorização das commodities. Durante o pregão, o Ibovespa mostrou resistência.

O dólar comercial avançou 0,43% e fechou cotado a R$ 5,679, enquanto os contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) registraram alta em toda a curva de juros futuros, refletindo cautela dos investidores perante o cenário do Ibovespa.

Nos Estados Unidos, os mercados acionários dispararam após o anúncio de um acordo tarifário provisório entre EUA e China, surpreendendo analistas pela rapidez da decisão. As duas maiores economias do mundo suspenderam, por 90 dias a partir de 14 de maio, 24 pontos percentuais das tarifas recíprocas restantes, que somavam 34%.

Segundo Roberto Dumas, professor de economia internacional do Insper e especialista em economia chinesa, a medida representa um recuo significativo por parte do ex-presidente Donald Trump. “É um bruta de um recuo do Trump. Agora, pelo menos, vamos começar a discutir uma nova política tarifária”, comentou Dumas.

Apesar da trégua, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que uma nova redução tarifária está fora de cogitação. Ele declarou que os atuais 10% aplicados pela China e os 30% dos EUA, incluindo um adicional de 20% sobre produtos ligados ao tráfico de fentanil, representam um “piso tarifário”. “Agora estão no mesmo nível dos países que não retaliaram”, disse Bessent, ressaltando que as tarifas não retornarão aos 145%.

Raphael Figueredo, estrategista da XP Investimentos, considerou surpreendente a velocidade do acordo. “Foi uma boa surpresa. Ou houve senso de urgência, ou os dois lados perceberam que estavam exagerando, especialmente com os dados de importação já mostrando quedas acentuadas”, avaliou.

Além da trégua comercial, os analistas acompanham os reflexos do acordo na política monetária dos Estados Unidos. O mercado passou a reduzir as apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed), enquanto o presidente Lula, em viagem à China, reafirmou que a relação bilateral é “indestrutível”. Os impactos disso no Ibovespa também serão observados.

No cenário doméstico, a entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ganhou destaque. Ele afirmou que o Brasil poderá alcançar uma média de crescimento de 3% até o fim do atual governo. Já o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, citou a supersafra e a queda do dólar como fatores que melhoraram o “clima” em relação à inflação.

No pregão, Vale (VALE3) teve alta de 2,51%, impulsionada pela valorização do minério de ferro. Petrobras (PETR3) subiu 2,39%, em meio à expectativa positiva para os resultados do primeiro trimestre de 2025 e novo avanço no preço internacional do petróleo. As ações de empresas juniores do setor, como PRIO (PRIO3), também registraram ganhos expressivos, com alta de 5,15%. Tais desempenhos foram significativos para o movimento do Ibovespa.

Braskem (BRKM5) saltou 6,05% após apresentar resultados sólidos no 1T25, apesar do cenário de instabilidade comercial global. Em contrapartida, o desempenho dos bancos pesou negativamente sobre o índice: Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 2,01%, e outras instituições financeiras também registraram perdas superiores a 1%.

Entre os frigoríficos, Minerva (BEEF3) subiu 2,22%, enquanto JBS (JBSS3) recuou 1,11%. A elétrica Copel (CPLE6) caiu 2,78%, mesmo após anunciar uma nova política de dividendos e estrutura de capital otimizada, que prevê pagamentos ao menos duas vezes ao ano.

Para esta terça-feira (13), os investidores voltam as atenções para a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e para o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de abril nos EUA, que poderá fornecer pistas sobre os próximos passos do Fed e os impactos da política comercial norte-americana na economia real, incluindo efeitos no Ibovespa.

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