O Ibovespa fechou em alta de 1,05% nesta sexta-feira (11), alcançando 127.682,40 pontos, em um movimento de correção após quedas recentes. A valorização foi impulsionada por ações de peso como Vale e Petrobras, além da melhora no cenário externo e da expectativa por um possível acordo tarifário entre Estados Unidos e China. Na semana, o índice acumulou ganho de 0,33%. O volume financeiro na B3 atingiu R$ 22,3 bilhões, enquanto o Ibovespa futuro para abril subiu 1,24%, a 128.030 pontos.
As ações da Vale (VALE3) avançaram 1,66%, refletindo a recuperação das commodities. Já os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4) registraram alta de 1,98% cada, acompanhando o alívio nas tensões globais. Segundo Bruno Benassi, analista da Monte Bravo, a melhora nos mercados americanos após o meio-dia, aliada à esperança de negociações entre EUA e China, contribuiu para o desempenho positivo do Ibovespa. “A China sinalizou que sua última elevação tarifária seria a final, mesmo com novas taxações americanas, trazendo um tom mais otimista ao mercado”, explicou.
Virgilo Lage, da Valor Investimentos, destacou que a desaceleração do IPCA em março trouxe alívio, mas o mercado segue atento às falas de Donald Trump sobre as tarifas. “Se houver negociação com a China, os mercados podem se estabilizar, mas nova retaliação pode gerar sentimento negativo”, afirmou. O IPCA subiu 0,56% em março, ante 1,31% em fevereiro, ligeiramente acima dos 0,54% esperados. Em 12 meses, acumula alta de 5,48%, próximo à expectativa de 5,45%.
Gustavo Sung, economista-chefe da Suno, analisou o IPCA e apontou um cenário misto. “Serviços monitorados pelo Banco Central mostraram moderação, sugerindo arrefecimento econômico. Porém, núcleos inflacionários e bens industriais aceleraram, indicando desafios para o Copom”, disse. Ele prevê inflação estável apenas a partir do segundo trimestre de 2025, com medidas governamentais podendo limitar a desaceleração econômica.
No câmbio, o dólar comercial caiu 0,49%, a R$ 5,8689, mas acumulou alta semanal de 0,58%, refletindo incertezas sobre a guerra comercial. Paloma Lopes, da Valor Investimentos, acredita que a China está fortalecida na disputa, com avanços em tecnologia e mão de obra qualificada. Já Marcos Weigt, do Travelex Bank, descreveu o cenário como “bizarro”, com investidores buscando proteção em moedas desenvolvidas, em vez do dólar e Treasuries, marcando um movimento histórico.
As taxas dos contratos futuros de DI recuaram, influenciadas pelo IPCA e pela expectativa de novos desdobramentos tarifários. Às 16h42, o DI para janeiro de 2026 estava em 14,760% (de 14,805%), o de 2027 em 14,360% (de 14,520%), o de 2028 em 14,195% (de 14,395%) e o de 2029 em 14,270% (de 14,470%).
Nos Estados Unidos, os índices acionários fecharam em alta, encerrando uma semana volátil com otimismo da Casa Branca sobre um possível acordo com a China. O Dow Jones subiu 1,56%, a 40.212,71 pontos, o Nasdaq 100 avançou 2,06%, a 16.724,46 pontos, e o S&P 500 cresceu 1,81%, a 5.363,36 pontos.
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