O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou esta quarta-feira, 9 de abril de 2025, em forte alta de 3,12%, alcançando 127.795,93 pontos. O desempenho foi impulsionado pelas ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4), beneficiadas pela decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reduzir temporariamente tarifas comerciais sobre diversos países, exceto a China, que enfrentou aumento para 125%. Após quatro pregões consecutivos de queda, com perda acumulada de 5,5%, o índice reagiu positivamente, oscilando entre a mínima de 122.887,13 pontos e a máxima de 128.648,95 pontos.
O volume financeiro negociado na B3 atingiu R$36,66 bilhões, em um dia marcado por alta volatilidade no mercado acionário. A medida de Trump, anunciada via redes sociais, elevou as tarifas sobre importações chinesas de 104% para 125%, justificando a decisão pela “falta de respeito” da China aos mercados globais. Enquanto isso, tarifas recíprocas a outros países foram suspensas por 90 dias, visando negociações, embora uma taxa geral de 10% sobre quase todas as importações americanas permaneça, segundo a Casa Branca.
Impacto das tarifas de Trump no mercado global
Na semana passada, Trump havia imposto tarifas recíprocas a parceiros comerciais, gerando preocupações sobre o crescimento econômico mundial e turbulência nos mercados. A resposta de Pequim, com aumento de taxas sobre produtos dos EUA, intensificou a guerra comercial. Contudo, o recuo temporário anunciado hoje trouxe alívio, conforme destaca Raphael Figueiredo, estrategista da XP Research: “A notícia acalma os mercados, reduzindo volatilidade e incerteza, mas as consequências das tarifas iniciais ainda precisam ser monitoradas.”
Para Gabriel Mollo, analista da Daycoval Corretora, a virada do mercado foi rápida, com destaque para a alta de ações de commodities como Vale e Petrobras, que sofreram após as tarifas iniciais. “O mercado deve recuperar parte das perdas recentes, mas o cenário segue incerto devido à disputa entre China e EUA”, avalia.
Reação positiva em Wall Street e no Brasil
Os mercados globais reagiram com otimismo. Em Wall Street, o S&P 500 subiu 9,52%, o Nasdaq Composite avançou 12,16% e o Dow Jones cresceu 7,87%, interrompendo quatro dias de quedas. No Brasil, a suspensão parcial das tarifas recíprocas foi vista como um sinal de abertura de Trump a negociações, inclusive com a China, segundo Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos. “É uma demonstração de flexibilidade, o que animou os índices acionários”, comenta.
Matheus Amaral, do Inter, observa que, apesar do alívio, a guerra comercial segue imprevisível: “Tudo pode mudar com as decisões de Trump e as reações de Xi Jinping.” Já Rodrigo Ashikawa, da Principal Asset Management, destaca que a agressividade contra a China mantém incertezas no cenário global.
Desempenho das ações na B3
A Vale (VALE3) subiu 5,39%, após cinco quedas consecutivas que acumularam declínio de 14%. Em Dalian, o minério de ferro caiu 2,68%, a 689 iuanes (US$93,74) por tonelada. A Petrobras (PETR4) avançou 4,06% e a Petrobras ON (PETR3) valorizou 3,13%, acompanhando a alta de 4,23% do petróleo Brent, cotado a US$65,48 o barril. Outras petroleiras, como PRIO ON (PRIO3), subiram 5,85%.
No setor financeiro, Itaú Unibanco (ITUB4) ganhou 1,83%, enquanto Bradesco (BBDC4) subiu 3,74%. Dados do Banco Central mostram queda de 1,2% nas concessões de crédito em fevereiro, com estoque total de R$6,487 trilhões. No varejo, GPA (PCAR3) disparou 18,89%, e Magazine Luiza (MGLU3) cresceu 11,28%. Já no setor educacional, Cogna (COGN3) avançou 11,94%, beneficiada por relatório do Bank of America que aponta retomada de caixa nas empresas do segmento.
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