No Brasil, porém, o movimento deve ser contrário. Apesar de o consumidor ter deixado de comprar fora do País num momento inicial e movimentado as grife locais, agora as lojas devem desacelerar as vendas.
“Há uma perspectiva no mundo de repatriação de consumo de luxo: as pessoas deixam de comprar fora de seus países”, diz Flavia Gemignani, diretora do BCG. “O Brasil é o único, dos dez países que pesquisamos, que tem a tendência oposta.”
Em 2020 e parte de 2021, as vendas em shoppings de luxo aumentaram no País. “Foi associado ao consumo que, antes, era feito fora do Brasil.”
Segundo o relatório, a recuperação do segmento de luxo no mundo pode não ser suficiente para que retorne aos níveis de antes da pandemia ainda em 2021. Mesmo com o crescimento, o mercado deve ficar entre 10% a 15% abaixo do resultado de 2019. A recuperação só deve ocorrer em 2022, com crescimento de 5% na comparação com 2019, o que representaria mais de 1 trilhão em faturamento. O BCG projeta ainda que o mercado de luxo pode faturar 1,22 trilhão em 2025, caso seja mantido o ritmo de crescimento a partir de 2021.
Um dos motores da recuperação são os millennials e a geração Z. É a população que mais acredita na recuperação da economia: 53% dizem que será rápida, contra 20% das outras gerações. As faixas etárias mais jovens representaram 39% do consumo de luxo em 2019. Em 2025, serão pelo menos 60%.
O BCG também credita o crescimento ao que chama de efeito rebote: o desejo de consumir o que foi reprimido durante a pandemia. Para a consultoria, China e Estados Unidos vão liderar a retomada.
Para o estudo, o BCG consultou 12 mil consumidores dos 10 principais mercados de luxo do mundo, incluindo o Brasil, com gasto médio de cerca de 33 mil.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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