Com a presença de mais de 4,4 mil atletas com deficiência, a Paralimpíada de Tóquio se iniciou no dia 24 do mês passado, 16 dias depois do encerramento dos Jogos Olímpicos. Antes da abertura, os organizadores dos jogos admitiam para a imprensa local que as competições seriam realizadas em circunstâncias “muito difíceis” em função dos hospitais de Tóquio estarem sobrecarregados.
Na Olimpíada de Tóquio, disputada entre os dias 23 de julho e 8 de agosto, 547 pessoas envolvidas diretamente com os jogos foram diagnosticadas com covid-19, sendo 28 atletas, contabilizadas entre os dias 1 de julho e 21 de agosto – aproximadamente duas semanas depois do encerramento do evento.
A Universidade John Hopkins registrou, na semana do dia 25 de julho (dois dias depois da inauguração dos Jogos Olímpicos), uma média de 29.342 casos de contaminação no Japão por semana. Pouco mais de 40 dias depois, a universidade contabiliza uma média de 115.161 casos da doença semanalmente no país asiático.
Ao todo, 301 pessoas envolvidas com a Paralimpíada de Tóquio foram diagnosticadas com covid-19 entre os dias 12 de agosto e 5 de setembro no Japão. Atletas, equipe técnica, voluntários, funcionários contratados e profissionais de imprensa estão entre os que testaram positivo, de acordo com os dados divulgados pelo Comitê Paralímpico Internacional. Das mais 300 pessoas infectadas, 13 foram atletas.
Apesar do otimismo dos organizadores em afirmar que tiveram sucesso em manter a pandemia sob controle durante os Jogos Olímpicos, críticos dizem que os Jogos contribuíram para um aumento no número de infecções no país.
O Japão atravessa, hoje, uma das fases mais críticas desde o início da pandemia, mesmo com 47% da população imunizada. Em agosto, o país chegou a registrar mais de 21 mil casos de Covid-19 por dia e hoje soma 16.370 mortes causadas pela doença.
As medidas nos jogos paralímpicos foram mais rígidas do que na Olimpíada. Os atletas e demais profissionais que estavam no Japão em função dos Jogos Paralímpicos só tinham a permissão de frequentar ambientes com um tempo limite e utilizar transportes cadastrados.
Além disso, os organizadores também aumentaram a quantidade de testes realizados e foram mais exigentes quanto ao distanciamento social durante a competição para atletas com deficiência em relação à Olimpíada. Ambos os eventos esportivos não tiveram público nas arquibancadas.
Mesmo assim, antes do encerramento da Paralimpíada, o trabalho para conter a pandemia durante o evento esportivo já tinha sido elogiado por Étienne Thobois, presidente-executivo dos Jogos de Paris-2024. “Eles tiveram de lidar com isso e fizeram um trabalho fantástico. Obviamente, esperamos que daqui a três anos isso fique para trás, ou não com o mesmo nível de preocupações. Mas definitivamente aprendemos com isso”, afirmou Thobois.
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