Anac aprova instalação de equipamento que facilitará pousos no Aeroporto Regional de Pato Branco

O Indicador de Precisão de Aproximação Visual – Papi deve, segundo Secretário de Desenvolvimento Econômico, diminuir cancelamento de voos por condições climáticas. Equipamento também facilitará voos noturnos e o recebimento de aviões a jato

Mais uma etapa para ampliação das operações do Aeroporto Regional de Pato Branco – Professor Juvenal Loureiro Cardoso foi concluída. No dia 23 de dezembro de 2022, o município de Pato Branco recebeu a anuência nº 728/22 da Agência Nacional de Aviação Civil – Anac, para execução dos serviços de instalação do Papi (Indicador de precisão de aproximação visual – em tradução). O aparelho consiste, basicamente, em um sistema de luzes, vermelhas e brancas, que permitirão um ganho de 4 mil pés na aproximação para pouso das aeronaves com a pista, a operação de voos noturnos e até mesmo o recebimento de aeronaves a jato.

O aparelho é instalado conforme o projeto executivo realizado pelo Aeroporto define e teve um custo de 800 mil reais. As luzes serão de LED que por consequência terão um baixo consumo, e ao mesmo tempo, alta capacidade de iluminar em longas distâncias. Em entrevista ao Diário do Sudoeste o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Pato Branco Marcos Colla, afirmou que a operação “de acordo com as exigências legais” do Papi deva acontecer no início do segundo semestre. Porém, o secretário também afirmou que o processo depende de partes diferentes envolvidas na instalação e operacionalização do aparelho, portanto, “é difícil estimar uma data específica”. A licitação para fornecimento e instalação do Papi já foi realizada e agora aguardasse a empresa vencedora para posterior inspeção pelos órgãos técnicos competentes, como por exemplo a emissão de conformidade por parte da Força Aérea Brasileira através do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), que por sua vez é subordinado ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). Depois de passar por calibrações para conquistar a homologação, teremos o aparelho em pleno funcionamento, que segundo Colla, indicará “aos pilotos das aeronaves a altitude correta para aproximação para os pousos, especialmente pousos noturnos ou em determinadas condições climáticas degradadas, ou seja, é um equipamento que ajuda a mitigar os riscos envolvidos no processo de pouso”.

Histórico

Ter o PAPI instalado nas cabeceiras 07 e 25, que possuem o nome de “Pedro Tatto” por Lei Ordinária nº 5.078/17, faz parte de um projeto para tornar a pista do atual aeroporto, utilizável aos aviões de médio e grande porte. Ou seja, é uma das condicionantes que fundamenta novamente o papel do aeroporto como regional, atendendo voos não somente do sudoeste do Paraná e Oeste catarinense, mas tornando-se um aeroporto de alternativa para voos de grande porte dos dois estados e um hub de ligação internacional. Para Marcos Colla, o fato de recebermos a aprovação da Anac para instalação do PAPI é resultado de um trabalho conjunto entre público e privado.

“Em 2021 um grupo de empresários e lideranças empresariais fez a doação, pelos meios legais, do projeto executivo para a implantação do PAPI. Ainda em 2021 o Departamento de Transporte Aéreo, que é parte da estrutura da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, organizou o processo licitatório para aquisição do equipamento, ao mesmo tempo em que submeteu o projeto executivo recebido em doação da iniciativa privada local para análise do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo – Cindacta II, em Curitiba, órgão militar responsável pela análise desses projetos”. Um detalhe que atrasou a conclusão dessa etapa, foram os efeitos da pandemia de Covid-19, que dificultou a funcionalidade do Cindacta II, quando este analisava mais de 50 projetos iguais. A equipe do departamento de Transporte Aéreo visitou o órgão durante 2022, para que nas palavras do secretário, “na medida do possível, houvesse alguma priorização na análise do projeto enviado pelo Município de Pato Branco”. Ainda no mês de outubro, a equipe pato-branquense visitou a Anac, também para tratar da instalação do equipamento.

Segurança

A palavra de ordem na aviação é segurança. Por conta dessa filosofia de operar, desde o desenvolvimento da aviação para se tornar um meio de transporte de cargas e pessoas com o nível de confiabilidade atual, a prioridade estabelecida não apenas para o comandante do voo, mas também para companhia que opera a linha aérea, é a integridade dos ocupantes de seus aviões.

A instalação do Papi deve contribuir para então, elevar o nível de segurança do Aeroporto Regional, mas além disso, deve contribuir para diminuir as dificuldades com relação às intempéries do clima. As dificuldades de aproximação dos aviões da Azul Linhas Aéreas no Aeroporto Regional de Pato Branco no ano de 2022 por condições climáticas não favoráveis, somaram pouco menos de 10% das operações de pousos. Para Marcos Colla, “são variáveis incontroláveis, em qualquer modelo de negócio e para as operações aeroportuárias não é diferente. Vale ressaltar, aeroportos próximos a Pato Branco, como Chapecó, em Santa Catarina, ou Cascavel, Guarapuava, Foz do Iguaçu e Toledo, foram tão afetados quanto o Aeroporto Regional de Pato Branco exatamente nos mesmos dias em que voos foram alternados para outros destinos ou cancelados”. Outro fato que incide sobre os voos alterados e cancelados, é o fato de que cada companhia aérea possuí seus protocolos de segurança, e segundo a empresa que fornece consultoria técnica ao Aeroporto, não é lucro para a companhia aérea realizar tais operações. Contudo, a segurança está acima de ganhos financeiros, nesse caso.

Novos horários e ampliação

Desde que iniciou suas operações de voos regulares em janeiro de 2019, o Aeroporto Regional de Pato Branco é alvo de projeções para um futuro de ampliação das suas atividades, muito pela sua estratégica posição logística na região. Com a efetivação do Papi se cogita pleitear a disponibilidade de novos horários e até novas linhas aéreas. Mesmo retornando as atividades de forma gradativa após a diminuição das restrições da pandemia, tivemos 21.775 passageiros, entre embarques e desembarques em 2022. Para o secretário é a consolidação da linha que conecta o sudoeste à Capital do Estado, Curitiba. “Trabalharemos para identificar, junto aos usuários do Aeroporto Regional, possíveis destinos de interesse, de modo a abrir diálogo com a companhia aérea para avaliar possibilidades que sejam viáveis para manutenção de um novo destino. É uma consequência natural, especialmente em face dos investimentos não apenas na instalação do PapiI, mas, nos projetos de ampliação do Aeroporto Regional”.

Sobre a ampliação, Marcos disse que os projetos já foram licitados e recebidos pela equipe de Arquitetura e Engenharia da Prefeitura de Pato Branco em dezembro de 2022. São três grandes frentes: nova e ampliada pista de taxiamento das aeronaves; por conseguinte um novo pátio de aeronaves e finalizando em um novo e amplo terminal de passageiros. No momento, o trabalho é orçar a quantidade de material e realizar o edital de licitação da execução da obra. “Os recursos já estão assegurados por meio de convênio firmado entre o Município e o Governo do Estado do Paraná ainda em 2022. São R$ 27 milhões, sendo R$ 20 milhões do Governo do Estado do Paraná e R$ 7 milhões de contrapartida do Município”. Com essa estrutura, o Aeroporto Regional de Pato Branco sobe para uma categoria superior, estará pronto para receber aviões a jato que consomem menos, são maiores e permite assim, que outras companhias aéreas operarem em novas linhas para destinos e conexões nacionais e internacionais.

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