Apac de Pato Branco recebe inspeção da FBAC

Aline Vezoli

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A Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Pato Branco recebe, durante essa semana, a inspeção realizada pela Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC). A ação teve início em 7 de março e será finalizada na próxima sexta-feira (11).

Segundo o inspetor Gleisson de Souza Oliveira, a inspeção é realizada através de oitivas com funcionários, recuperandos, diretoria e voluntários. Com isso, os pontos críticos são identificados através de diagnóstico elaborado pela FBAC, através dos pontos analisados: Gestão, disciplina, segurança e os 12 elementos que compõem a metodologia Apac.

No total, a ação engloba os cinco dias de avaliação, mais 15 dias para que a equipe elabore um plano de ação, finalizando com o acompanhamento durante seis meses para que a unidade se adapte e é realizada a cada dois anos, pois “o principal objetivo da inspeção é o crescimento da Apac, em relação a metodologia, alcançando a total recuperação do ser humano”, comenta Gleisson.

Com a análise da Apac de Pato Branco em andamento, o inspetor afirma que um dos principais fatores de preocupação é a falta de voluntários. “Queremos ajustar com o novo curso de voluntários, onde convidamos toda a comunidade para participar”, finaliza.

Metodologia de reintegração na sociedade

A finalidade social da Apac traz, em sua metodologia, a contribuição na recuperação completa de pessoas que cometeram delitos e, diferente do sistema prisional comum, a instituição tem como principal objetivo a recuperação física, espiritual e social do indivíduo.

O inspetor comenta que a metodologia Apac, por mais rígida que seja, é caracterizada pelo respeito, ordem, trabalho e envolvimento da família desse indivíduo. “Essa é uma das principais diferenças da entidade para o sistema prisional comum, pois na Apac, os apenados são corresponsáveis pela recuperação e esse é o ponto chave do processo”.

O objetivo da associação é proteger a sociedade, socorrer vítimas e promover uma justiça restaurativa, aplicando uma terapêutica penal constituída por 12 elementos. “A participação da comunidade, o recuperando ajudando na própria recuperação, o trabalho, a espiritualidade e importância de fazer uma experiência com Deus, a assistência jurídica, assistência à saúde, valorização humana, família, voluntariado e cursos para a formação, reintegração social, mérito e, por último, jornada de libertação com cristo”, afirma Oliveira.

De acordo com a presidente da Apac de Pato Branco, Neli Angélica Frozza Ariotti, o inspetor da FBAC tem como objetivo reforçar a metodologia da instituição, “pois vem para fazer uma verificação dos elementos para o cumprimento do método Apac para que cada vez mais possamos fazer um trabalho completo”.

Rotina

Com capacidade para 53 pessoas e com 40 recuperandos no local atualmente, a rotina de quem está em regime fechado e semiaberto na Apac do município tem início às 6h. Neli afirma que no início da manhã todos fazem orações, tomam café e, quem está no regime semiaberto, sai para trabalhar e retorna para a instituição apenas às 18h.

Enquanto isso, os recuperandos em regime fechado trabalham dentro da Apac. “O trabalho é realizado com empresas que desenvolvem algumas atividades, ao meio dia param para almoçar, sendo que eles são encarregados de cozinhar e limpar o local, e as 13h30 retomam suas atividades”, afirma.

A presidente ainda destaca que muitas atividades de artesanato estão sendo desenvolvidas e também é realizado confecção de estopas. A partir das 18h, os apenados praticam atividades físicas, tomam banho, jantam, podem assistir ao jornal e fazem mais momentos de espiritualidades até 22h.

Inclusa na rotina disponibilizada pela Apac, ainda estão trabalhos realizados por voluntários, como orações, palestras e aulas. No entanto, Neli afirma que, até o início desse ano, devido à pandemia da covid-19, a entrada de voluntários não era permitida e “estamos retomando aos poucos, conforme autorizações do Depen”.

A Apac do município tem 20 voluntários atuando no momento e a presidente fala que todos os interessados em ajudar são bem-vindos. “Basta ter mais de 18 anos e procurar a Apac. Em abril, realizaremos um curso para preparar as pessoas que queiram nos ajudar, para que conheçam a metodologia”.

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