Centro de testagem do Dolivar Lavarda será desativado

Medida é justificada com a redução de casos de covid-19 em Pato Branco

O Comitê de Enfrentamento a Covid-19, volto a se reunir nessa quinta-feira (17), no Largo da Liberdade em Pato Branco, quando ficou definido pela desativação do centro de testagem instalado no ginásio de esportes Dolivar Lavarda, no bairro La Salle.

A decisão foi baseada em dados epidemiológicos que apontam a redução na taxa de transmissão e do número de pessoas que positiva com a doença.

“Temos visto, pautados nos dados epidemiológicos, que [os casos] estão entrando em uma decrescente. Se for analisar o cenário da pandemia como ela se atualiza [neste momento] vemos que na realidade não há mais necessidade de fazer testagem em massa”, afirmou Rodrigo Bertol, diretor da Vigilância de Saúde, da Secretaria de Saúde de Pato Branco.

Esta sexta-feira (18), será a última data que o centro de testagem do Dolivar Lavarda atenderá a população, após sua desmobilização, os testes disponibilizados pelo Município passam a ser realizados apenas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), por sua vez, os servidores que estavam atuando naquela unidade de testagem vão retornar aos atendimentos em seus setores, unidades de saúde e vigilância. De acordo com Bertol, “temos que saber a hora de entrar em cena, mas de sair também.”

O centro do Dolivar Lavarda foi montado para o atendimento de pessoas que não apresentavam sintomas aparentes ou que haviam tido contato com positivados. Em pouco mais de 30 dias, entre o dia 14 de janeiro até essa quinta, foram realizados no local 9.630 testes.

A ação também foi uma estratégia de ampliar o atendimento para a população e melhorar o fluxo na UPA 24h.

Consciência

Durante a reunião do comitê também foi destacado a busca considerada demasiada por pessoas que não apresentam sintomas, e em alguns casos não tiveram contato com ninguém positivado, para testagem.

“O que temos visto aqui no ginásio, são pessoas assintomáticas, algumas com sintomatologia muito leve, que não precisa de busca de internação. Então a pessoa vá buscar a UPA, quando ela realmente está com necessidade de buscar, [por] estar doente, com sintomatologias respiratórias, ou da covid propriamente dito”, pontuou Bertol, pedindo consciência da população quanto a busca de atendimento.

Comprovação de vacinação

Estabelecido pelo Município na primeira quinzena de janeiro, a comprovação do recebimento das doses da vacina contra a covid-19, também foi debatido no comitê.

Pelos dados da coordenação do Programa de Imunização de Pato Branco, a aplicação da primeira dose da vacina contra a covid-19 supera 85%, enquanto que a segunda dose passa de 88% e a terceira aplicação, ou reforço, se aproxima de 39%.

Bertol enfatiza que a reação imunitária, ou seja, a participação da população nas ações de vacinação anti-covid-19 é grande. “Tanto é que reflete nas unidades hospitalares”, frisou ele revelando que ficou acordado que será retirada a obrigatoriedade de comprovação de vacinação da portaria municipal.

No entanto, tal medida somente passará a vigorar, com uma nova portaria revogando a existente.

Dados epidemiológicos

Pato Branco encerrou a última semana epidemiológica de 2021 com uma taxa de transmissão do vírus em 0,02 e uma média de três casos positivos. Em apenas quatro semanas, até o final de janeiro, a taxa passou a ser 2,24 e uma média de quase 300 casos por dia, “o pico mais alto desta cepa”, salienta Rodrigo.

Até essa quinta, a taxa de transmissão está em 0,62. A semana epidemiológica encerra no próximo domingo, dia 20. A estimativa da Vigilância de Saúde é que o índice não cresça. 

Em meio a pandemia, H3N2 e preocupação com a dengue

Durante o comitê de enfrentamento da covid-19, outras demandas epidemiológicas ganharam destaque.

Nos últimos meses os casos gripais, em especial da H3N2, passaram a ser uma constante, e até mesmo com sintomas sendo confundidos com os de covid-19.

Contudo, nessa quinta-feira (19), o alerta foi dado quanto a crescente de casos de dengue no município, o que não difere da realidade das outras localidades que integram a 7ª Regional de Saúde (RS).

“A preocupação nunca termina, não dá tempo de respirar e já tem outra doença por vir. Eu sempre falei isso de uma forma brincando, mas com o fundo e o cunho de bastante responsabilidade e preocupação”, afirmou o chefe da 7ª RS Anderson Nezello ao relatar que o cenário é bastante claro, uma epidemia de H3N2, durante o enfrentamento da pandemia de covid-19, no que preferiu descrever como “fila de espera a dengue que estava para chegar, e chegou.”

De acordo com Nezello, no momento que se observa queda do quadro epidemiológico de covid-19, “a dengue que está entrando bastante forte.”

Ele também enfatiza que a preocupação e monitoramento e já vinha sendo realizado ao longo do tempo, por ser a dengue relacionada a questão climática. “A partir do segundo ou terceiro ano ela já se apresenta de forma bastante incisiva, não diferente esse ano que coincidentemente ela vem acontecendo e virá com maior ênfase a partir de março e abril, mas já apresenta um quadro em que outrora não apresentava em janeiro e fevereiro”, pontuou o chefe a regional, falando que “era sempre muito mais ameno.”

Conforme Nezello ainda “não temos uma situação crítica ainda aqui na nossa regional, mas temos que fazer um trabalho muito forte agora com a comunidade”, disse ele.

Um sinal dado por Nezello quanto a situação é a “infestação do mosquito e isso já sinaliza que eles existem, que tem ovos por parte da sua região de vivência, que devem ser eliminados. Então, temos que fazer esse exercício em casa, muito detalhado, para podermos ter uma condição epidemiológica não ruim a partir de março e abril e não termos nenhuma preocupação com relação a óbitos com essa doença também.”

Com relação a dengue, o diretor da Vigilância de Saúde de Pato Branco, Rodrigo Bertol fala que esta preocupação também ocorreu em 2021.

Ele revelou que na quarta-feira (16), algumas coletas foram realizadas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), uma vez que os sintomas de covid-19 e dengue são bastante similares, “e vimos que está tendo a circulação viral [de dengue], porque dentro da própria Vigilância nós vínhamos vendo essa demanda acontecendo”.

Conforme Bertol, o índice de infestação predial, que serve como base para a análise de vetores, “vemos que o índice está alto, está 1.6 para o mês de janeiro, então provavelmente deve ter aumentado agora no mês de fevereiro. Isso é uma tendência, que vai tendo um acréscimo até o mês de março. Então isso nos preocupa, porque quando está de 1 a 4, já gera uma situação epidêmica.”

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