Estudantes se manifestam contra aulas a distância

Um grupo de estudantes e pais de alunos do Colégio Estadual de Pato Branco (CEPB), realizou uma manifestação na tarde da terça-feira (29), contra as aulas na modalidade de ensino a distância (EAD), promovidas em algumas disciplinas dos cursos técnicos do chamado Novo Ensino Médio.

A mobilização aconteceu em frente a escola. Com cartazes, os jovens apresentaram suas reivindicações, e questionaram a eficiência desta modalidade de ensino para o curso. “A gente não está aprendendo nada. Simplesmente chega um monitor na nossa sala e liga a TV. A gente não aprende, não tem prova. O trimestre está quase terminando e não fizemos nenhuma avaliação ainda. A gente precisa de um professor, assim não tem como aprender”, disse a estudante Isabela Siega.

A modalidade a distância é utilizada na aplicação de disciplinas específicas da formação técnica de cursos como os de nível médio em Administração e Desenvolvimento de Sistemas. As aulas nessa modalidade são ministradas pela Unicesumar, universidade contratada pelo governo.

De acordo com Júnior Santos, pai de aluno, os estudantes chegaram ao ano letivo com a expectativa das novidades do Novo Ensino Médio, que não foi correspondida. “Eles passaram a pandemia com aulas em casa, chegam aqui e se deparam novamente com a televisão. Eles estão desmotivados”, disse uma mãe que esteve no protesto.

As disciplinas da Base Nacional Comum Curricular, seguem sendo ministradas presencialmente por professores do Estado. As aulas por videochamada são assistidas em um televisor, com o acompanhamento presencial de um monitor. Pais e estudantes ouvidos pelo Diário questionaram sobre a formação técnica dos monitores para realizar a função de intermediar as aulas. Os estudantes também relataram ter ouvido dos profissionais reclamações sobre falta de motivação e baixas remunerações.

Estado

Por e-mail, a Secretaria da Educação e do Esporte (SEED), informou que o objetivo da oferta de aulas por videochamada é aumentar o número de vagas de educação profissional e técnica no Paraná, seguindo as metas dos planos nacional e estadual de educação. “Em alguns municípios menores e nas zonas rurais, não existe quantidade suficiente de profissionais habilitados para ministrar determinadas disciplinas técnicas”, diz ainda a mensagem da SEED, para justificar a adoção.

A secretaria disse ainda que está em diálogo com a Unicesumar para acompanhar o trabalho dos monitores, que tem a responsabilidade de fazer a gestão da sala de aula e mediar a relação entre alunos e professores. “Qualquer atividade que fuja a esse padrão é inaceitável tanto para a secretaria quanto para a parceria”, diz ainda o texto.

O Diário entrou em contato com a Unicesumar, mas não obteve resposta dos questionamentos até o fechamento desta matéria.

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