Herpes Zóster: número de pessoas infectadas com a doença viral aumentou na pandemia

A covid-19 tem tido grande destaque no cotidiano da saúde no mundo. Além dela, há diversas outras doenças virais que já existiam e também merecem atenção, como a herpes-zóster. A doença viral, popularmente conhecida como cobreiro, é ocasionada pelo vírus varicela-zoster (HHV-3), causador também da varicela, a famosa catapora. Durante a pandemia, foi observado um aumento na demanda por atendimentos de paciente com lesões suspeitas dessa doença, que não depende de exames complementares para diagnóstico e, por isso, pode ser reconhecida, tratada e acompanhada por telemedicina.

Pesquisadores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), desenvolveram o estudo “Increase in the number of Herpes Zoster cases in Brazil related to the Covid-19 pandemic” (Aumento no número de casos de herpes-zóster no Brasil relacionados à pandemia de covid-19), comprovando essa impressão relatada por ditos alimentares provocadas pelo isolamento, imposto pela pandemia, como possíveis colaboradoras para o aumento de casos de doenças autoimunes.

Fernanda Buonfiglio de Castro Monteiro, médica da família, conta que a catapora é a fase aguda e primária da infeccão pelo vírus HHV-3, que fica latente no organismo e, quando reativado, surge como a herpes-zóster, com manifestação na pele, e por isso classificada como dermatose. “A infecção ocorre por meio da via inalatória ou por contato com as secreções das lesões da varicela ou herpes-zóster de outra pessoa”, explica.

A médica da família detalha que o vírus pode alcançar a pele e gânglios sensoriais e manifestar lesões do tipo bolhosas e que causam dor. “A dor persiste por muitas semanas e até meses, condição chamada nevralgia pós-herpética, e envolve uma recuperação desgastante com uso de medicamentos analgésicos potentes. A doença também pode provocar outras complicações mais raras, como afecções oculares – ceratite e uveíte, por exemplo, além de outras sequelas permanentes – e paralisia facial temporária, caso as lesões apareçam no rosto”, informa a médica.

A doença pode levar à morte, aas apenas em casos muito raros e geralmente em pessoas idosas, com idade superior a 80 anos ou nas pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, em caso de Aids, leucemia ou tratamento contra o câncer.

Para a especialista, várias condições estão associadas ao aparecimento da herpes-zóster. “Têm mais probabilidade de se infectar com o vírus pessoas com baixa imunidade, câncer, trauma local, cirurgias da coluna, sinusite frontal, entre outras. Acomete, principalmente, indivíduos com faixa etária maior que 50 anos, especialmente idosos, que apresentam imunidade diminuída ao longo dos anos”.

A médica recomenda uma avaliação profissional para se obter o diagnóstico preciso. “O tratamento é medicamentoso e consiste em acelerar o processo de recuperação e em controlar a dor. A duração dependerá da persistência da dor, por isso cada caso deve ser tratado e acompanhado individualmente. Além disso, é importante uma ação preventiva. A vacina para herpes-zóster, disponível na rede privada, é indicada para adultos maiores de 50 anos, inclusive para aqueles que já manifestaram a doença. Imunizar as crianças com a vacina da varicela também pode atuar como prevenção de herpes-zóster na idade adulta”. (Assessoria)

Principais sintomas da herpes zóster

  • Coceira
  • Formigamento
  • Dor de cabeça
  • Febre
  • Distúrbios gastrointestinais
  • Dor nevrálgica
  • Dores muito fortes que seguem o caminho do nervo e podem persistir após o desaparecimento das lesões cutâneas
  • Aparecimento de bolhas na pele semelhantes às causadas por infecção do herpes humano simples. Elas são cheias de líquido que contém o vírus varicela zóster. Quando aparecem no rosto, seguem o feixe de enervação e atingem o nervo trigêmeo e, nos casos mais graves, podem provocar cegueira e surdez.

Possíveis complicações

  • Neuralgia pós-herpética (continuação da dor após o desaparecimento das bolhas na pele, que se estende por várias semanas ou meses)
  • Pneumonia
  • Problemas de audição
  • Inflamação na córnea e problema de visão
  • Cegueira
  • Inflamação no cérebro
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