IDR de Pato Branco apresenta experimento de maçã orgânica

A colheita da safra 2021 de maçã orgânica no polo de Pato Branco do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) ainda nem começou, e a expectativa já está elevada, tudo porque ao que tudo indica, em seu segundo ano de composição o pomar experimental, vai superar a produção de 8 mil quilos por hectares, média atingida no ciclo passado.

Como se não bastasse o otimismo pelos resultados da produtividade, o polo de Pato Branco abriu a visitação do pomar na terça-feira (7), em meio a II Jornada Tecnológica da Agroecologia, com dia de campo que abordou a implantação, manejo, condução e cultivares.

Coordenador Estadual de Pesquisa em Fruticultura, Clandio Medeiros da Silva afirma que o IDR vem trabalhando em três polos (Pato Branco, Palmas e na Lapa), para o desenvolvimento de um protocolo para a produção de maçã orgânica, o que vem envolvendo várias entidades e pesquisadores, que ao final devem apresentar um documento com a forma mais adequada para cada localidade.

“Estamos em três ambientes distintos de temperatura, conduzindo os experimentos para depois ter uma base, e apresentar aos produtores dessa região do Sudoeste, com estas condições de clima, este protocolo”, explica Clandio, ao lembrar que esta é a segunda safra, e que somente, a partir da terceira será possível oferecer o protocolo para as três regiões onde estão sendo feitos os estudos.

No Sudoeste, a cultura macieira tem destaque nos campos de Palmas, onde o clima mais frio contribui para a produção das variedades lá estabelecidas, no manejo tradicional.

Contudo, o pesquisador afirma que há cada vez mais a abertura de mercado para a produção orgânica, reflexo de um comportamento dos consumidores que buscam produtos alternativos.

“Há um nicho de mercado para a produção orgânica que o produtor deve ficar atento e a pesquisa também”, diz Clandio falando que neste processo deve ser levado em conta, a produção de forma adequada e com qualidade, mas que permita uma renda compatível.

O coordenador de pesquisa em fruticultura aponta algumas características das maçãs orgânicas que se diferem das tradicionais, que vão muito além da presença de resíduos de inseticidas e fungicidas. “Temos que ter consciência que a nutrição, a qualidade e a aparência não é tão relevante como o que está dentro”, afirma ele concluindo “a qualidade nutricional deste produto, é o que deve prevalecer ante a aparência.”

Agricultura familiar

A expectativa de produção no experimento de Pato Branco na atual safra, é maior do que no ano passado

A coordenadora do polo de pesquisa de Pato Branco, Norma Kiyota explica que o IDR vem trabalhando na região para a diversificação da agricultura familiar, e desta forma, estão sendo pensadas alternativas para os agricultores da região.

Norma explica ainda que a questão da agroecologia e produção orgânica, é uma demanda dos próprios consumidores que querem ter acesso a alimentos mais saudáveis, mas também da própria lei da alimentação escolar orgânica, que passa a vigorar em 2030.

“O Sudoeste não tem acesso a uma diversidade muito grande a frutas de qualidade e estamos querendo mostrar à população, técnicos e agricultores que temos condições de produzir frutas de qualidade e saudáveis”, afirma a pesquisadora, comentando que a maçã é a fruta mais consumida no mundo, “e estamos na busca de apresentar uma alternativa.”

Com relação as diferenças das pesquisas estabelecidas nos polos do Sudoeste, Norma lembra que as variedades trabalhadas nos campos de Palmas exigem mais horas de frio, enquanto que em Pato Branco, a necessidade das variedades IDR Julieta e Era Rubi requerem menos horas de baixas temperaturas no chamado momento de dormência da planta.

Município

A secretária de Agricultura de Pato Branco, Vanessa Casiraghi Zanon revelou que para o município a proposta de novas culturas orgânicas é um ganho, também se referindo a alimentação mais nutritiva e saudável.

Para Vanessa, o trabalho com maçã pode ser ainda uma alternativa para produtores que integram ou queiram fazer parte do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), somado ao fato de ser uma alternativa para diversificação da produção nas propriedades.

De acordo com Vanessa, neste momento o número de produtores com certificação orgânica é baixo no município, no entanto, o trabalho vem sendo para ampliar os indicativos.

No caso da cultura da maçã, a secretária aponta que o contato da terça-feira, foi o primeiro com o experimento, portanto, não é possível medir interesse de produtores, porém, ela comentou que intenção é desenvolver ações para transmitir as informações recebidas aos agricultores.

Legenda 1: Exigência do consumidor e legislação são alguns dos fatores que estimulam o desenvolvimento da pesquisa

Legenda 2: A expectativa de produção no experimento de Pato Branco na atual safra, é maior do que no ano passado

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