“O bicho era artista”

O dia em que Sicupira, ídolo do Athletico-PR, enfrentou o Palmeiras de Pato Branco

Barcímio Sicupira Júnior, ídolo e maior artilheiro da história do Athletico Paranaense morreu neste domingo (07), em Curitiba. Com a camisa do furacão da baixada o Craque da Oito marcou 157 gols entre 1968 e 1975.

Na conta provavelmente só estão computados os tentos marcados em jogos oficiais, mas como torcedor do clube é irresistível ao menos imaginar que dois deles foram marcados em Pato Branco, minha terra natal.


Em 1972 o Atlhetico Paranaense foi convidado pelo Palmeiras para um amistoso em Pato Branco, uma partida disputada no campo que viria a ser o estádio Os Pioneiros.

Naqueles tempos, era comum promover jogos no interior com equipes consagradas no cenário nacional. Contra Palmeiras e Internacional, os dois clubes locais históricos, também jogaram Grêmio, Corinthians e Internacional de Porto Alegre.

Quem conta é Kiko Cantu, que foi atleta do Internacional mas foi emprestado ao Palmeiras para enfrentar o Athletico Paranaense naquele jogo festivo promovido em maio. Ao menos esta é a data que aparece na borda da foto em que Kiko está ao lado de Sicupira, um registro que está no acervo de Rudi Bodanese.

“O bicho era um artista da bola”, definiu o ex-centro avante do Palmeiras. “Na verdade eles eram ídolos pra nós. Você ficava admirado com o que eles faziam, com a estrutura deles. A gente era o velho amadorzão”, completa Kiko, sobre jogar com Sicupira, o Athletico e outros clubes e atletas consagrados.

O placar final foi 3 a 0 para o rubro-negro da capital. Kiko não soube dizer a ordem em que foram marcados, nem quem anotou o terceiro gol do Furacão.

Assim como seus colegas de equipe, Kiko era jogador de futebol nas horas vagas. Na década de 70 ele trabalhava na distribuidora de bebidas do pai, onde hoje é o bar Cantu. A bola só rolava lá pelas 17h, depois do expediente.

Não há registros sobre o público que acompanhou a partida, mas Kiko garante que o estádio estava “apinhado de gente”. Com o maior desenvolvimento do futebol fora das capitais, é mais comum ver grandes times enfrentado clubes do interior. O próprio Athletico voltou a Pato Branco outras vezes, sendo a visita mais recente a partida contra o Azuriz, em maio passado pelo Campeonato Paranaense. Dessa vez o time de Pato Branco venceu por 1 a 0.

Em 1972, porém, um jogo assim era um acontecimento, com direito a presença de miss. Em outra foto do jogo, Sicupira aparece caminhando ao lado de Elecy Luvison, a Miss Pato Branco 1971.

Frizo, zagueiro do Palmeiras; as misses Pato Branco, Nilza Viganó (1972) e Elecy Luvizon (1971), e Barcímio Sicupira

Sicupira

Barcímio Sicupira Júnior morreu dormindo em sua casa, em Curitiba, na tarde de domingo (7), aos 77 anos. Além do Athletico Paranaense, ele também defendeu o Corinthians, o Botafogo e outros clubes. Também fez carreira como comentarista esportivo na TV e no rádio.

Foto: Arquivo de Rudi Bodanese

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