Pobreza menstrual: campanha quer arrecadar absorventes em Pato Branco

Marcilei Rossi com Assessoria

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A Secretaria de Assistência Social de Pato Branco deu início a uma campanha pela dignidade feminina em que coleta absorventes descartáveis e de tecidos 100% algodão para distribuição a mulheres atendidas pela rede. A campanha busca o combate da pobreza menstrual, que segundo levantamento deixaram de realizar diversas atividades, como ir à escola, por não terem acesso a itens básicos de higiene durante a menstruação.

De acordo com o relatório “Pobreza Menstrual no Brasil”, desenvolvido pelo Unicef neste ano, 4 milhões de meninas vivem nesta situação.

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Para a secretária de Assistência Social de Pato Branco, Barbara Padoan, combater a pobreza menstrual é uma forma de garantir que todas as mulheres tenham as mesmas condições e oportunidades que os homens, sem que elas percam algo ou oportunidades pelo fato de estarem menstruadas.

“O absorvente no Brasil ainda é considerado item supérfluo, o que gera uma grande surpresa ao imaginarmos o que seria das mulheres sem este item, com isso criamos a campanha em prol da dignidade feminina que visa atender as participantes dos grupos de fortalecimentos dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) nos bairros de Pato Branco”, pondera a secretária.

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Além dos absorventes, a ação visa arrecadar também tecidos 100% algodão que serão utilizados nas oficinas de costura fornecidas nos Centro de Referência da Assistência Social (Cras) para a confecção de bio absorventes de tecido, proporcionando às mulheres o contato com este item, que considera o meio ambiente e a economia, podendo ser reutilizável.

Conselho da Mulher

O Conselho Municipal de Defesa dos Direitos Humanos da Mulher (CMDDHM) de Pato Branco-PR, composto por diversos segmentos da sociedade também vem trabalhando para a redução da pobreza menstrual das mulheres de Pato Branco e é parceiro da campanha realizada pela Assistência Social.

A intenção além de levar o esclarecimento dos números que segundo integrantes são alarmantes nas periferias, é também de realizar ações que envolvam a comunidade, mas que também sejam vistas como políticas públicas.

Representante da APP Sindicato no Conselho, Diuliana Claudia Baratto afirma que em se tratando de ambiente escolar, a intenção é de que a temática não fique apenas em cartazes, mas em ação. Com a disponibilização nas escolas de caixas para a coleta de materiais de higiene para o período da menstruação.

Priscila Renata Ramos Hackbart França, integrante do Conselho da Mulher e membra do Maternar, e responsável pelos perfis Ciranda com Afeto no Instagran e Facebook, pontua que “existe uma carência de dados. Não temos acesso aos dados reais do nosso município”, ao comentar que não é possível precisar quantas mulheres e meninas passam pela situação da pobreza menstrual.

Ela comenta que o assunto deve ser abordado em diversos níveis, “além de estarmos trabalhando em uma campanha de arrecadação de absorventes, a ideia é trazer o assunto para o debate, uma vez que a própria menstruação é um tabu muito grande”, comenta Priscila ao lembrar que falar de menstruação ou mostrar um absorvente é algo chocante para muitas pessoas. Portanto, a necessidade de naturalizar o tema.

Priscila também defende que ao debater a pobreza menstrual devem ser trabalhada temáticas como a higiene, mas também conhecer o corpo feminino e como acontece.

Em termos de legislação, Priscila lembra a mobilização que vem ocorrendo em diversos estados para a disponibilização dos absorventes. Ela lembra que no Brasil, absorventes são considerados itens cosméticos, que se enquadram no chamado ‘mercado rosa’, o que eleva o valor do produto em até 12%.

Assim a ativista exemplifica que lâminas com mesma tecnologia, mas que por terem cores atribuídas ao universo feminino (tons de rosa), são mais caras do que o mesmo produto com cores relacionadas aos homens.

“É um assunto complexo, que não se aborda de uma forma só”, avalia Priscila falando ser este um trabalho longo.

São pontos de coleta

– Supermercado Super Polo

– ADS Calçados

– Farmácia Salute (marcar no Instagram Cilmara Shiguemoto)

– Paraná Plástico

– Banco Sicredi (Rose Amorim)

– Ótica e Relojoaria Vaticano (Eni)

– Loja Brizida (Brizida)

– Coletivo Hebron

Empresas interessadas em ser ponto de coleta podem entrar em contato com a Secretaria de Assistência Social pelo telefone (46) 3220-1809.

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