O ex-ministro também admitiu que se equivocou com relação a uma declaração de 11 de fevereiro, no Senado, quando disse que a Pfizer tinha oferecido um contrato para compra de 6 milhões de doses de sua vacina contra a covid-19 para o primeiro semestre deste ano. A informação foi contestada pelo atual gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, em sua oitiva na CPI última quinta-feira (13), quando o executivo informou que oferta oficial que a farmacêutica fez ao Brasil contemplava 500 mil doses para 2020 e 6,5 milhões para o primeiro semestre deste ano. No total, a farmacêutica ofereceu dois contratos, um de 30 milhões de doses e outro de 70 milhões.
“A Pfizer, mesmo que nós aceitássemos todas as condições impostas, a quantidade que nos ofereceram desde o início foi: 500 mil doses em janeiro, 500 em fevereiro e 1 milhão em março; 6 milhões no total no primeiro semestre. Senhores, nós não podíamos ficar nisso”, disse Pazuello na época.
O ex-ministro admitiu que todos os documentos apresentados por Murillo à CPI são verdadeiros, mas ressaltou que a entrega das vacinas para o Brasil dependia de uma prévia aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês).
Covax
No depoimento, Pazuello tentou justificar o fato de o governo ter aderido ao Consórcio Covax Facility para 10% da população e não para 50%. Segundo ele, o problema era o preço da dose, que inicialmente custava US$ 40. “No primeiro momento, risco era grande. Preço tem que ser justo e plenamente comprovado”, disse o general, segundo quem a negociação “começou nebulosa, sem garantia de entrega”.
“Nos preocupamos com o alto grau de recursos, sem compromisso de entrega, 42 milhões de doses era o máximo de risco que podia fazer”, disse o ex-ministro.
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