Primeira cirurgia robótica de quadril do interior do Paraná é realizada em Pato Branco

Um marco na história da medicina do interior do Paraná foi registrado no dia 8 de abril, em Pato Branco. Pela primeira vez, um procedimento cirúrgico para colocação deprótese de quadril foi realizado com o auxílio de robótica, trazendo mais precisão e, por consequência, recuperação mais rápida do paciente.

A cirurgia, realizada no Hospital Filantrópico Policlínica, foi possível graças à parceria entre a instituição e a Clínica Ortotrauma, com a instalação do robô ROSA (sigla para Robotic Surgical Assistant – assistente cirúrgico robótico, em tradução livre). A primeira cirurgia de joelho foi feita em outubro do ano passado. Agora, foi a vez da primeira cirurgia de quadril com auxílio robótico.

O procedimento foi conduzido pelo médico ortopedista e traumatologista Edir Soccol Jr, diretor da Clínica Ortotrauma e integrante do Corpo Clínico do HFP. “É um marco na história da Ortopedia de Pato Branco e do Paraná, com a colocação da primeira prótese de quadril por robótica no interior do Estado. Estamos bastante satisfeitos com o resultado e felizes com a possibilidade de oferecer a tecnologia robótica em Ortopedia para o sudoeste e oeste do Paraná e, também, oeste de Santa Catarina”, declara o especialista em cirurgias de quadril. 

cirurgia robótica

A equipe comandada pelo médico Edir Soccol Jr utilizou o sistema robótico para auxiliar na colocação da prótese completa do lado direito do quadril do paciente Paulo Ricardo Fergutz, de 41 anos. Publicitário, gerente de marketing e comunicação da Cooperativa Tradição e atleta amador ligado à associação de ciclismo Quebra Freio, Paulo Fergutz sofria de dores no quadril há anos, em consequência de uma doença que se manifestou na infância. O desgaste no quadril começou a incomodá-lo progressivamente, a ponto de ter muitas dificuldades para praticar esportes de impacto, inclusive o amado ciclismo.

Segundo Paulo, os sintomas se acentuaram desde 2022, afetando atividades cotidianas como sentar e levantar. Em 2024, após um longo acompanhamento com os profissionais da Ortotrauma, percebeu que seus movimentos estavam encurtados, chegando ao ponto de não conseguir cruzar as pernas e notar uma alteração no movimento do joelho. “Fizemos um planejamento para encontrar o momento mais adequado, inclusive a pausa no trabalho. A utilização da robótica me deu mais confiança para fazer esse procedimento”, relata o paciente.

A tecnologia robótica permite que o cirurgião planeje e execute o procedimento com maior precisão, reduzindo o risco de complicações e acelerando a recuperação do paciente. Com o auxílio do robô, pode-se realizar procedimento minimamente invasivo, com menor dano aos tecidos, o que resulta em menos dor e um retorno mais rápido às atividades diárias do paciente. 

cirurgia robótica

Paulo Fergutz se diz positivamente surpreendido com a recuperação. Ele conta que, no dia seguinte à cirurgia, caminhou amparado por um andador e passou pela avaliação da fisioterapeuta. Três dias depois, trocou o andador por muletas, notando uma “mobilidade muito boa”. A cirurgia permitiu um ajuste de 12 milímetros na perna direita para corrigir o desgaste e ficar igual ao comprimento da perna esquerda.

Ciclismo, em breve

A perspectiva de Paulo Ricardo é de ter cuidados com impactos, algo que já fazia antes. A previsão é de que em torno de três meses poderá pedalar na rua, em local controlado, e em seis meses, conforme avaliação médica, poderá viver uma vida normal.

“Meu projeto é continuar praticando o ciclismo, como lazer e esporte. A perspectiva muito boa foi um dos fatores que me levaram a fazer a cirurgia, visando retomar minhas atividades com qualidade de vida”, justifica. Ele também acrescenta a importância do preparo psicológico. “Estava ciente, estudei, sabia dos riscos. Ter uma garantia, a tecnologia utilizada, também foi importante”. Atualmente, seu nível de dor está entre um e dois em uma escala de zero a dez, com leve desconforto mais frequente na hora de dormir.

Tecnologia na região

Paulo ressalta a importância de a tecnologia estar disponível em Pato Branco. “Conversei com pessoas que passaram pelo mesmo procedimento em grandes centros. Para a nossa região, dá uma segurança muito grande. Principalmente pela eficácia, precisão, recuperação. A realização desse tipo de procedimento vai crescer muito na região”, acredita.

Após avaliação médica e retirada dos pontos, Paulo Ricardo Fergutz retornou ao trabalho no dia 23 de abril.

Inovação e resolutividade

Para o médico Daniel Emygio do Nascimento, diretor técnico do Hospital Filantrópico Policlínica, a realização da primeira cirurgia robótica de quadril no interior do Paraná demonstra o compromisso da instituição em oferecer tecnologia de ponta e tratamentos inovadores para a população regional. “Estamos muito orgulhosos de sermos pioneiros nessa área. Acreditamos que a tecnologia robótica pode trazer muitos benefícios para os nossos pacientes e estamos comprometidos em continuar a oferecer os melhorestratamentos possíveis”, completa o diretor.

Indicações do uso do robô

A cirurgia robótica de quadril é uma opção de tratamento para pacientes com artrose do quadril. A tecnologia oferece diversas vantagens em relação à cirurgia tradicional.

Maior precisão: o robô auxilia o cirurgião a posicionar a prótese com mais precisão, o que reduz o risco de complicações e melhora o resultado da cirurgia.

Menor invasão: a cirurgia robótica é minimamente invasiva, o que significa que os cortes são menores e há menos dano aos tecidos.

Recuperação mais rápida: a recuperação após a cirurgia robótica é, geralmente, mais rápida e menos dolorosa do que a recuperação após a cirurgia tradicional.

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