Saúde do sistema digestivo auxilia na prevenção de doenças e reduz os níveis de ansiedade e estresse

O Dia Mundial da Saúde Digestiva é comemorado em 29 de maio para reforçar a importância da saúde desse sistema, que é considerado o segundo cérebro do nosso corpo. Muito além de processar a comida que ingerimos, nosso sistema digestivo é uma das chaves para a saúde geral do corpo.

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Com mais neurônios que a espinha dorsal e ação que independe do sistema nervoso central, sua complexa comunidade microbiana tem influência em pontos do nosso bem-estar que muita gente nem imagina, como na saúde mental e do sistema imunológico.

Formado por dez órgãos, entre eles boca, estômago, fígado e intestinos delgado e grosso, ele possui o chamado sistema nervoso entérico (SNE), que é uma espécie de “distrito” do sistema nervoso autônomo do corpo, que se estende pelo tecido que reveste os órgãos e possui seus próprios circuitos neurais. Na prática, o sistema digestivo não precisa que o cérebro lhe diga o que fazer.

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Embora funcione de forma independente, ele se comunica com o Sistema Nervoso Central (SNC) através dos sistemas simpático e parassimpático.

Entre as diversas funções dos órgãos que compõem o sistema digestivo, o intestino delgado é responsável pela produção de 95% da serotonina do organismo. O baixo nível desse hormônio, responsável por regular o humor, sono e as funções cognitivas, pode desencadear ansiedade, depressão e outros distúrbios mentais.

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A microbiota intestinal quando saudável, tem um efeito positivo até mesmo sobre as emoções, pois através de uma substância chamada neurotransmissor, ajudam a regular a atividade cerebral, podendo influenciar a ansiedade.

Além disso, o microbioma intestinal representa 70% do sistema imunológico do corpo humano com bactérias essenciais para o combate a diversas doenças. As dezenas de trilhões de microrganismos podem, juntas, pesar até 2,72 quilos.

Também parte do aparelho digestivo, o fígado – segundo maior órgão do corpo – atua em mais de 500 funções essenciais no organismo. Além de realizar a desintoxicação natural de componentes como gordura e álcool, ele também trabalha 24 horas no armazenamento de nutrientes dos alimentos que consumimos, na produção de proteínas, digestão de medicamentos e tem um papel fundamental no sistema imunológico.

Estudo publicado em 2016 por pesquisadores brasileiros revelou que neurônios que habitam o intestino são os responsáveis por ativar células de defesa em caso de “perigo”. O perigo pode ser causado por bactérias que entram no organismo acompanhadas por algum alimento. Em seu doutorado na USP, Ilana Gabanyi descobriu, junto de Frederico Costa-Pinto, professor da Faculdade de Medicina Veterinária da USP, que neurônios mais próximos do interior do tubo digestivo “alertam” os macrófagos sobre a presença de algum micro-organismo causador de doença. Para explicar essa comunicação, os cientistas contam como funciona a digestão e sua interação com o sistema imune.

Estas células do sistema imunológico desempenham diferentes papéis de monitoramento e reparação em todo o corpo. Costa-Pinto, um dos autores do estudo, lembra que uma das funções mais primitivas de defesa do organismo é englobar – ou, em linguagem científica, fagocitar – um eventual agente infeccioso. “Há uma relação muito antiga entre células de defesa e sistema nervoso”, diz. Com essa informação em mente, o veterinário de formação procurou entender melhor o papel do macrófago em uma das mais prestigiadas universidades na área biomédica, a Rockefeller. Lá, convidado pelo colega, também brasileiro, Daniel Mucida, ele e sua então aluna de doutorado gastaram horas nos modernos microscópios que permitiam visualizar a movimentação das células em camundongos vivos.

A observação rendeu duas descrições diferentes da função dos macrófagos no chamado sistema nervoso entérico – as redes de neurônios que integram o sistema digestivo. Os macrófagos da camada mais próxima do lúmen, onde estão as bactérias, atuavam promovendo inflamação. Um padrão já esperado. Já os macrófagos que compõem a camada chamada de muscularis, região mais distante do lúmen, expressavam genes anti-inflamatórios quando estimulados pelos neurônios do sistema nervoso simpático. “A mensagem que esses neurônios passam faz com que os macrófagos se tornem mais ativos na proteção do tecido intestinal”, ressalta Ilana.

A “mensagem” é, na verdade, um neurotransmissor conhecido como noradrenalina, que os neurônios liberam quando detectam bactérias potencialmente patogênicas. Nos experimentos, os pesquisadores utilizaram um tipo de salmonella atenuada, que não chegava a causar lesões no intestino. Apesar de menos agressiva, a presença da bactéria foi suficiente para ativar a proteção.

Câncer colorretal é o segundo mais comum em homens e mulheres

Segundo uma pesquisa realizada pela Organização Mundial de Gastroenterologia, 20% da população mundial sofre de problemas gastrointestinais. Desses, cerca de 90% não procuram ajuda médica para o diagnóstico e tratamento corretos e, na maioria dos casos, acabam recorrendo à automedicação.

Os problemas mais comuns são gastrites, úlceras, câncer de esôfago, câncer de estômago e câncer colorretal. De acordo com dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), o câncer colorretal é o segundo mais frequente entre os homens, só perde para o câncer de próstata e, nas mulheres, só está atrás do câncer de mama.

Saúde digestiva

Para cuidar da sua saúde digestiva e, assim, evitar doenças, é importante fazer visitas regulares ao médico, principalmente as pessoas acima de 50 anos, e adotar uma vida com hábitos saudáveis, como:

  • Beba bastante água ao longo do dia. Além de te manter hidratado, a água auxilia a dissolver gorduras e fibras solúveis, o que evita a prisão de ventre;
  • Pratique atividades físicas regulares, elas são fundamentais para estimular o metabolismo e ainda perder calorias extras;
  • Mantenha-se calmo, pois os fatores emocionais, como estresse e ansiedade, podem travar seu sistema digestivo;
  • Evite café, álcool e cigarro, eles podem levar a problemas como úlceras estomacais e azia;
  • Incluir probióticos na dieta é excelente para manter a saúde intestinal em dia, já que melhoram a absorção de nutrientes, auxiliam a fortalecer seu sistema imunológico, e podem até mesmo ajudar a tratar a síndrome do intestino irritável. Iogurte desnatado e kefir são ótimas escolhas.
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