Vacinação: cuidados com os efeitos colaterais dos imunizantes contra a gripe

Sinônimos de proteção e prevenção, as vacinas são grandes aliadas de pais que não abrem mão desse cuidado essencial e mantém atenção redobrada com os calendários vacinais.

No Brasil, o coronavírus impactou diretamente o cronograma de imunizações do Ministério da Saúde, que precisou atrasar a campanha de vacinação contra a gripe, iniciada apenas em abril e com data prevista para se encerrar em junho. Produzida com fragmentos do vírus influenza dos tipos A e B, a cada ano a vacina contra a gripe está disponível nos postos de saúde de todo o país para uma grande parte da população brasileira.

A vacina da gripe protege contra os diferentes tipos do vírus Influenza, que é responsável pelo desenvolvimento da gripe. No entanto, como este vírus sofre muitas mutações ao longo do tempo, a vacina de 2021 é diferente da vacina de 2020, com alteração de 50% das cepas. Além disso, os anticorpos da vacina contra gripe diminuem com o passar do tempo e, por isso, é essencial a imunização anual. Então, é simples: se você tomou a vacina no ano passado, deve tomar neste ano também; se nunca tomou, sempre existe a primeira vez.

Vale lembrar que a vacina contra gripe estimula o sistema imunológico a produzir uma resposta de defesa contra diversas variantes do vírus da gripe, capazes de atacar e eliminar o vírus do organismo. “Essa proteção oferecida pelo imunizante ocorre geralmente a partir da segunda semana da aplicação, e pode durar de seis meses a um ano”, explica a médica pediatra Ana Paula Beltran Moschione Castro.

Outra observação da especialista é sobre a segurança da vacina. “Trata-se de uma vacina bastante segura, inativada, feita de uma porção do vírus. A grande contraindicação da vacina contra a gripe é a presença de reações anteriores à vacina. A vacina contra a gripe possui ínfimas quantidades de proteína do ovo e pacientes com formas leves a graves de alergia a esta proteína podem receber a vacina, mas sempre sob observação. O imunizante, completa a médica, não pode ser administrada também em crianças menores de 6 meses, mas a partir desta idade a vacinação anual é recomendada.

A vacina atua provocando um estímulo para a produção dos anticorpos contra os agentes que atacam o sistema imunológico. “Essa atividade intensa dentro do nosso sistema pode causar uma série de reações logo após a aplicação. Dor no local da vacina, vermelhidão e até mesmo inchaço, além de febre, dor de cabeça, náusea, tosse e irritação nos olhos que costumam afetar os pacientes, mas podem desaparecer poucos dias depois. Basta adotar alguns cuidados especiais e ter em mãos aliados que contribuem para amenizar esses efeitos.

Outro fator relevante, salienta a médica, é o mito de que a vacina da gripe pode causar gripe. “Esta afirmação é falsa! Não existe a possibilidade de a criança ficar gripada devido à vacinação. O que podemos ver por vezes é o surgimento de resfriado, então, mesmo vacinada, a criança continua exposta aos inúmeros outros vírus, causadores de resfriados, que costumam apresentar quadros mais brandos”, comenta.

Há algumas estratégias para minimizar possíveis eventos adversos da vacina. “Analgésicos e antitérmicos, à base da molécula ibuprofeno, também são aliados. Eles proporcionam o alívio rápido da dor leve e reduzem a alta temperatura provocada pela febre. Estamos falando da molécula mais estudada no mundo para dor e febre e que está listada pela Organização Mundial da Saúde, entre outros princípios ativos, inclusive como medicamento para tratar não apenas esses sintomas, mas em casos de reação indesejadas das vacinas de covid-19 nos adultos”, conclui.

Posso tomar a vacina da gripe e da covid juntas?

Existe a possibilidade de que a administração conjunta das duas vacinas possa causar aumento no surgimento de efeitos colaterais ou diminuição da proteção conferida. Assim, por segurança, é recomendado um período mínimo de 15 dias entre cada vacina.

O Ministério da Saúde do Brasil recomenda que, pessoas que façam parte do grupo prioritário de ambas as vacinas e que sejam chamadas para realizar a vacinação, deem prioridade para a vacina da covid, fazendo depois a vacinação contra a gripe.

No caso de vacinas contra a covid-19 que precisam de duas doses administradas com menos de 1 mês de intervalo, como acontece com a vacina da Pfizer ou com a Coronavac, deve-se primeiro fazer as duas doses dessa vacina e só depois receber a vacina da gripe, respeitando o intervalo de duas semanas desde a 2ª dose. Já vacinas que precisam de um intervalo maior entre as doses, como é o caso da vacina da AstraZeneca, a vacina da gripe pode ser administrada entre as duas doses, desde que seja respeitado o período de duas semanas a partir da 1ª dose da vacina para a covid-19. (Assessoria)

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